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Primeira britânica do UFC chama a atenção por PhD e carreira médica

Rosi Sexton, conhecida no MMA como "A Cirurgiã", se divide entre as lutas e a carreira como osteopata - Divulgação/Cage Warriors
Rosi Sexton, conhecida no MMA como "A Cirurgiã", se divide entre as lutas e a carreira como osteopata Imagem: Divulgação/Cage Warriors

Do UOL, em São Paulo

14/06/2013 06h00

Aos 35 anos, a britânica Rosi Sexton está há um ano sem disputar uma luta profissional, e já pensava em aposentadoria antes de ser chamada pelo UFC para se tornar a primeira lutadora de seu país a competir no maior evento de MMA do mundo. Uma oportunidade que surgiu graças a uma carreira construída desde 2002, com 13 vitórias em 15 combates. Tudo isso se dividindo entre as funções de mãe, osteopata, matemática e PhD em ciências da computação.

“Eu não era o tipo de criança que parecia ter potencial para se tornar atleta. Eu era a nerd que sempre estava com a cabeça enfiada em um livro”, contou Rosi em entrevista à rede britânica BBC, estatal que não costuma dedicar muito espaço ao MMA, mas dedicou um artigo inteiro à história da lutadora, que acabou perdendo para a canadense Alexis Davis no UFC 161.

Caso não estivesse se preparando para entrar no octógono, Rosi seguiria sua rotina de buscar o filho de sete anos na escola e trabalhar como osteopata, profissão que, na Inglaterra, é independente da medicina. Além disso, ela tem graduação de primeira classe em matemática na conceituada Trinity College de Cambridge e obteve PhD em ciências da computação na Universidade de Manchester, cidade onde vive.

Francesa de nascimento, Rosi pratica artes marciais desde os 14 anos, quando entrou para aulas de taekwondo. Em 1999, ela assistiu a um documentário sobre um esporte ainda incipiente: as artes marciais mistas. O interesse pela nova modalidade só cresceu, e em 2002 ela já fazia sua primeira luta no MMA, com vitória por chave de braço.

Especialista em ossos, ela levou essa aptidão para dentro dos ringues e encerrou sete de suas 13 vitórias por finalização. “Sempre amei o desafio que esse esporte proporciona. O MMA é um dos esportes mais técnicos que existem. Seja no nível técnico, mental ou psicológico, é um dos esportes mais desafiadores”, disse ela ao Yahoo Sports.

Só foi difícil convencer a família disso tudo. No começo de sua trajetória no MMA, ela evitava contar o que estava fazendo de verdade. Limitava-se a dizer que praticava artes marciais. Sua fama, no entanto, chegou à internet, e não demorou até que um parente descobrisse tudo. Para a surpresa de Rosi, a reação foi positiva.

“Eles sabiam que eu estava fazendo artes marciais. Uma vez, quando marquei uma luta, disse que teria uma competição de artes marciais. Mas eu não disse exatamente o que era. Um dia, eles procuraram na internet. Na verdade, eles aceitaram muito bem”.

Se em casa ela havia conseguido o reconhecimento, o mesmo acontecia dentro dos ringues. Só que, depois de dez anos praticamente pagando para lutar, a ideia de parar veio à tona depois que um combate no final do ano passado foi cancelado devido a uma lesão da sua adversária. “Lutar foi o que eu sempre sonhei fazer, eu amava isso, mas chega uma hora em tudo acaba. Pensava que provavelmente havia atingido esse ponto”.

Mas veio a ligação do Ultimate, e tudo mudou. “Lutadores de MMA vêm de muitas origens diferentes, e muita gente parece achar que a minha é única. Não me encaixo no estereótipo que as pessoas esperam de um lutador, e quando as pessoas descobrem que eu luto, ficam curiosas para saber mais”, concluiu.