Karl Marx nasceu em Alagoas e gosta de dar porrada no MMA
Ame ou odeie, o nome Karl Marx gera reações fortes quando pronunciado ou citado. O intelectual alemão fundador da doutrina comunista segue influente nos dias atuais com suas análises econômicas e políticas. Até aí, tudo normal. Mas você já imaginou ver Karl Marx num ringue de MMA? Em Alagoas isso é uma realidade.
Estamos falando, na verdade, de Karl Marx Mazoni. Ele não tem uma vasta barba, não é gordinho – mas já foi – e em dia de luta pesa incríveis 52 kg para bater o peso palha, incomum para os homens. E a ligação com o xará alemão não para no nome, já que o Marx brasileiro acabou virando professor de história por conta do interesse seu interesse em leitura, que só foi desenvolvido quando começou a pesquisar sobre seu nome.
“Isso tudo foi ideia do meu pai. Ele é um cara formado em filosofia, muito ligado às ideias do Marx e resolveu fazer essa homenagem. Como fui o primeiro filho, virei o Karl Marx”, conta o alagoano, de apenas 23 anos.
É claro que o garotinho não entendeu nada nos primeiros anos de vida. Foi só na adolescência que ele se deu conta do que Marx representava. “Foi um pouco complicado, porque até eu conhecer bem sua história, ler e entender, aconteceu só na faculdade”, explica ele, que cursou Educação Física e depois partiu para o curso de História. “Depois de conhecer, me senti honrado. Mas é difícil realmente, as pessoas têm dificuldade de pronunciar, de escrever. Até no serviço militar, que prestei, era assim.”
Apesar de gostar de dar aula e ter exercido o trabalho como monitor, hoje sua rotina é em um local bem diferente: a academia. Já são dois anos lutando MMA profissionalmente, com um cartel invicto de três vitórias – dois nocautes e uma finalização, todos no primeiro round.
Surfista desde sempre, ele acabou influenciado a lutar pelo pai, faixa-preta em caratê. Com seus 14 anos, quis uma arte ainda mais impactante. Lutou taekwondo, com direito a patrocínio do governo do Sergipe, onde morava na época, e em seguida fez muay thai, que foi a arte marcial que o encaminhou ao MMA.
Karl Marx chegou a parar os treinos por um tempo. Ele pesava 85 kg, muito para seus 1,65 m, mas foi convidado por um amigo para ajudar em seus treinos. A volta à academia e o convite para lutar um evento de K-1 (trocação) o animaram.
“Eu ganhei, recebi convite para fazer um combate de MMA e foi aí que passei a treinar jiu-jítsu e me dedicar ao MMA de fato. Dois meses depois já estreei com um nocaute rápido”, detalha o lutador, que tem luta marcada para 29 de maio, no Coliseu Extreme Fight, em Maceió.
52 kg de pele e osso
Karl Marx está acostumado a perder bastante peso e geralmente baixa de 65 kg para 56 kg para lutar na categoria mosca. Seu próximo desafio será mais cruel. Ele lutará pelo cinturão dos palhas no Coliseu, uma divisão para lutadores de 52 kg e que não é disputada no UFC atualmente.
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Resultado parcial
Total de 6746 votos“Nunca tive dificuldade para bater o peso no mosca. E contamos com uma equipe profissional com médico, nutricionista, preparador físico, então estou confiante que vai dar tudo certo”, disse o alagoano.
É só o começo de uma jornada em que a meta é ambiciosa. “Meu maior sonho é disputar um título mundial fora, num evento grande, como o UFC. Quero chegar no topo. Me inspiro muito no estilo de luta do José Aldo, pela agressividade, sempre procurando a luta e tentando não deixar na decisão dos jurados”, adicionou Karl Marx.
E ele sabe nesta trajetória já vai receber reações de amor e ódio de cara, logo que for anunciado nos ringues ou octógonos. “Sempre recebi elogios. Mas eu já sei: quem gosta do meu nome, gosta, mas quem não gosta, não gosta mesmo!”, conclui, bem humorado.
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