Caubói faz 2ª luta em 15 dias e supera falência ao ganhar R$ 2 mi em um ano
Em janeiro de 2014, Donald Cerrone anunciou: “Gastei todo o meu dinheiro. Estou falido. Não tenho outra opção, senão lutar”. E pediu ao UFC por seis lutas em 2014. Não foram seis lutas exatamente em 2014, mas neste domingo ele completa este número em um intervalo de 358 dias. Se à época ele somava três derrotas em sete embates, agora ostenta seis triunfos consecutivos e seus problemas econômicos foram sanados: seu bolso está US$ 756 mil (cerca de R$ 2 milhões) mais cheio, sem contar os ganhos de patrocinadores.
De garoto problema, reclamão, a funcionário padrão, o caubói virou sua carreira do avesso. E ele prova que é “pau pra toda obra” com a participação do UFC deste domingo, em Boston, por ser seu segundo combate em 2015. Ele esteve no card do dia 3, quando venceu Myles Jury, e agora tapa o buraco criado pelo lesionado Eddie Alvarez para enfrentar pela terceira vez Benson Henderson.
Com os resultados conquistados em 2014 e neste primeiro combate de 2015, Cerrone já provou que tem potencial para brigar pelo cinturão. No passado, o norte-americano já se aproximou do topo, mas vacilou em lutas decisivas. Hoje é o terceiro do ranking, em uma categoria que terá o campeão Anthony Pettis encarando o brasileiro Rafael dos Anjos em 14 de março. Número 2 da categoria, Khabib Nurmagomedov observa de longe, afastado por lesão.
A virada de Cerrone começou depois de sua derrota para Rafael dos Anjos em 2013. Em novembro daquele ano, ele sacudiu a poeira e finalizou Evan Dunham. Foi depois deste combate que ele deu a declaração para a Examiner que abre esta matéria, colocando como objetivo sair da falência e pedindo ao UFC para lutar tanto quanto pudesse. E foi o que ocorreu.
O caubói enfileirou Adriano Martins, Edson Barboza, Jim Miller, o badalado Eddie Alvarez e Myles Jury. Nas três primeiras desta lista de lutas ganhou bônus de performance da noite. Isto é: além de ganhar US$ 303 mil só em bolsas e dobrar este valor por conta das vitórias (o UFC paga o dobro da bolsa em caso de triunfo), ele ainda faturou US$ 150 mil por suas boas atuações.
Compulsão, falência e trilogia
Cerrone não deveria ter do que reclamar quando disse estar falido. Um garoto com déficit de atenção na juventude, ele construiu uma boa carreira com seus combates no WEC e migrou para o UFC quando a organização comprou a rival. E, mesmo com o jeitão desbocado e o gosto por esportes radicais que são perigosos para seu físico, não tinha riscos de demissão.
O problema era sua compulsão por comprar. “Eu não tenho controle. É difícil ter dinheiro no banco, querer alguma coisa e não comprar. Eu simplesmente compro. Não sei o que é economizar dinheiro”, explicou ele.
Quem vencerá a luta coprincipal do UFC de Boston, pela categoria leve?
Resultado parcial
Total de 1997 votosCerrone é um dos maiores ganhadores de bônus do UFC, com dez conquistados. Mas isso não é o bastante para um lutador. Agora, em ótima fase, ele tem a chance de enfim alcançar uma luta por cinturão.
A missão não é das mais fáceis. O rival da vez, Benson Henderson, já o venceu duas vezes. Eles duelaram no WEC, em 2009 e 2010, pelo cinturão dos leves da extinta organização. A primeira luta acabou por pontos e a segunda com uma finalização, um mata-leão. Henderson, ex-campeão do UFC, vem de derrota por nocaute para Rafael dos Anjos.
Sobre o fato de ter apenas 15 dias para se preparar e ainda precisar se adequar ao peso dos leves (70 kg), Cerrone disse não haver problemas. “Não há nome que possa ser jogado na mesa que eu vá dizer: ‘contra este cara não posso lutar’. Vamos lá. Isso é o que eu faço. É para isso que me pagam. É meu trabalho”, afirmou, ao MMA Fighting.
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