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Comissão diz que cancelaria luta de Anderson se soubesse antes de doping

Do UOL, em São Paulo

04/02/2015 14h37

O chefe da Comissão Atlética de Nevada, Francisco Aguilar, afirmou que não teria permitido que Anderson Silva lutasse se tivesse recebido os resultados do teste antidoping antes do UFC 183. O combate do brasileiro contra Nick Diaz ocorreu no último sábado (31), e o exame foi realizado no dia 9 de janeiro, mas a Comissão só recebeu os resultados nesta terça-feira (3). A divulgação logo após o combate gerou debate e acusações de que o UFC escondeu o doping.

“Eu não teria tido nenhum problema em cancelar a luta, uma vez que eu tivesse esse resultado. Essas substâncias não são aceitáveis”, declarou Aguilar ao site norte-americano Yahoo. “Mas, pelo menos, fazendo esse teste fora da competição, nós encontramos isso. Nós não saberíamos disso se não tivéssemos feito esse exame”. A Comissão Atlética de Nevada regulamenta as lutas que ocorrem em Las Vegas, cidade que recebeu o UFC 183.

Os testes foram realizados pelo Sports Medicine Research and Testing Laboratory, da Universidade de Utah. Quem falou sobre o prazo de entrega dos resultados foi a Comissão Atlética de Nevada, por meio de Bob Bennett, diretor executivo da entidade. Ele reclamou da demora: "O hiato de tempo é inaceitável. Nós fizemos arranjos com o laboratório para ter certeza de receber respostas em sete dias e eles estão trabalhando junto conosco nisso", disse ele, ao MMA Fighting.

O protocolo do exame, publicado pelo site MMA Fight Corner, data de 3 de fevereiro de 2015, batendo com a divulgação do Ultimate após o UFC 183.

Anderson Silva foi flagrado com o uso de dois tipos anabolizantes, drostanolona e androsterona. O lutador realizou outros dois testes antidoping – um, após a luta, no dia 31, que já deu negativo; o outro, no dia 19, ainda não teve o resultado divulgado.

Médico pessoal de Anderson Silva e também ligado à Comissão Atlética Brasileira de MMA, que trabalha em parceria com o UFC nas edições brasileiras do evento, Marcio Tannure afirmou que o lutador está desapontado com a divulgação do caso, e deverá pedir contraprova.

Anderson será ouvido pela Comissão Atlética de Nevada no dia 17 de fevereiro, em julgamento disciplinar. O rival do brasileiro, Nick Diaz, também deve passar pelo mesmo procedimento, já que foi  pego pela terceira vez com metabólicos da maconha no corpo. Anderson poderá ser suspenso temporariamente; se comprovada culpa, ele deve ser punido por nove meses a um ano, mais multa, e a luta deve ter a vitória alterada para no contest (sem resultado).