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Caipira festeja volta de Rampage e quer luta longa e sangrenta

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

22/04/2015 13h40

“Minha vida é muito louca. Tudo muda em um segundo”. É assim que Fabio Maldonado, o Caipira de Aço reage ao falar de tantas reviravoltas na carreira, sendo a última a mudança de rival para o UFC 186, neste sábado. A organização anunciou nesta terça-feira a volta de Quinton “Rampage” Jackson ao card, depois de reverter uma ação judicial do Bellator que impedia o ex-campeão de lutar.

Surpresa, sim. Tristeza, nenhuma. “Não gostei (da notícia). Eu adorei!”, brincou Maldonado, em entrevista ao UOL Esporte. A explicação é simples. Rampage tem o potencial de ser um divisor de águas na carreira do sorocabano, como ele mesmo fala. O ex-campeão dos meio-pesados do UFC é o maior rival na carreira do brasileiro, e vencê-lo em um evento grande, como este, é atingir um nível que Maldonado nunca conseguiu no Ultimate.

Quem vencerá o duelo entre Rampage e Maldonado no UFC 186?

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O curioso é que Maldonado não fazia a menor ideia de que o UFC ainda trabalhava para colocar Rampage em ação ainda no UFC 186. “Eu fiquei sabendo ontem mesmo. Dez minutos depois, já estava bombando na internet. Eu nem estava mais assistindo as lutas e estudando o Quinton. Quando trocou, passei a estudar só o Steve Bosse. Eu achei que a gente iria lutar só em outra oportunidade”, relatou.

Maldonado admite que bateu um desânimo quando o UFC retirou Rampage do caminho, há 15 dias. Mas estava se preparando normalmente para buscar sua segunda vitória seguida – ele nocauteou Hans Stringer em outubro. O brasileiro considera que Rampage já devia estar sabendo da chance de ser recolocado no card. 

“A minha cabeça é embaralhou um pouco. Mas com certeza é muito melhor enfrentar o Rampage, é vantagem. O que eu senti é que minha vida é muito louca. Um segundo, uma ligação, e muda tudo. Essa luta é um divisor de águas para mim. Ele é muito conceituado, e seria muito bom vencer”, explicou.

Para conseguir a tão importante vitória, o que o brasileiro espera uma luta com a sua cara. “É difícil prever, tudo pode acontecer. Ele é duríssimo, não é só no wrestling, mas com o cruzado, ele tem vários nocaute com um soco só. Mas, se Deus quiser, vai ser bem aquela luta com a minha cara: bem longa, sangrenta, desgastante. Isso aí é minha vantagem, se a luta for mais longa.”

Rampage teve problemas em trocar o Bellator pelo UFC. Ex-atleta do Ultimate, ele acabou deixando a organização brigado e com três derrotas. Pelo Bellator, conseguiu três vitórias, com dois nocautes e uma vitória por pontos, retomando boa forma. Na hora de retornar ao UFC, as organizações rivais disputaram na Justiça os direitos de colocar o norte-americano em ação.

Uma bronca: o peso

A confirmação do combate com Rampage em cima da hora mexeu no peso em que o duelo acontecerá. Sem tempo para perder o suficiente para bater os 93 kg do meio-pesado, o norte-americano ganhou como vantagem poder pesar 97,5 kg. O brasileiro até gostou de poder cortar menos peso, mas, com tão pouco tempo para o combate, pouco se beneficiou.

“Queria ter sido avisado antes, três dias é pouco. Estou há 15 dias treinando com pouca comida, (ingerindo) bem pouco carboidrato Agora na reta final vou desgastar menos, dá para comer um pouquinho melhor. Mas sempre fazemos uma corridinha fraca, um aeróbico, para bater o peso”, disse o meio-pesado.

“Eu sempre falei que se trocasse o adversário no dia da pesagem, eu lutaria do mesmo jeito. Agora não é diferente", concluiu.