Brasil termina em 4º e fica fora do pódio no 4x100m masculino do Mundial
Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca não conseguiram comprovar a força da natação brasileira no Mundial de esportes aquáticos de Kazan, na Rússia. O quarteto ficou em quarto lugar com o tempo de 3min13s22 e ficou fora do pódio no 4x100m livre masculino.
O time brasileiro começou a bem, mas oscilou durante a prova. Ocupou a quarta e a quinta colocação e deu esperanças ao figurar entre os três primeiros colocados já na parte final da prova. No entanto, perdeu a medalha para a Itália a poucos metros do fim.
"Não vou mentir para vocês: não estou satisfeito com esse quarto lugar e não estou feliz com essa colocação. Acho que esse tempo de 4min13s está um pouco aquém da nossa capacidade. A gente pode nadar mais rápido do que isso, e eu não tenho dúvida. Mas ao mesmo tempo eu estou animado com o que está para vir. A Olimpíada do Rio vai ser a grande competição do nosso ciclo, e apesar de aqui ser um campeonato mundial ainda tem esse próximo passo", disse Fratus.
O Brasil havia dado esperanças de medalha por ter sido o segundo melhor tempo na eliminatória do revezamento (3min13s99, atrás apenas dos 3min12s46 da Rússia).
A expectativa foi ainda maior porque dois favoritos caíram ainda nas eliminatórias: Estados Unidos (3min16s01) e Austrália (3min16s34) ficaram fora da decisão da prova. Os norte-americanos nunca haviam ficado fora sequer do pódio nessa prova em Mundiais.
Contando com a ótima fase de Florent Manaudou, o quarteto da França, que ainda tem Mehdy Metella, Fabien Gilot e Jeremy Stravius, conquistou a medalha de ouro com 3m10s74. A medalha de prata ficou com a anfitriã Rússia, com o tempo de 3m11s19. Já o bronze, que escapou das mãos dos brasileiros, foi para a Itália.
A prova não teve a participação de Cesar Cielo, que reclamou de dores no ombro. Neste domingo, ele só participou da semifinal dos 50 m borboleta e passou para a decisão com o oitavo lugar(tempo de 23s29).
O que rolou na primeira noite da natação em Kazan:
Sueca derruba recorde mundial. Na primeira prova da noite em Kazan, a sueca Sarah Sjostrom venceu com enorme facilidade as semifinais dos 100m borboleta. Ela nadou o percurso em 55s74 e cravou a melhor marca do planeta (superando os 55s98 da norte-americana Dana Vollmer em 2012).
Chinês mantém soberania nos 400m livre. A primeira medalha da natação no Mundial de esportes aquáticos de Kazan foi conquistada com um passeio. Atual campeão mundial e olímpico da prova, o chinês Sun Yang sobrou nos 400m livre e venceu com 3min42s58.
Joanna Maranhão fica fora da decisão dos 200m medley. Em prova dominada pela húngara Katinka Hosszu, que venceu com 2min06s84, a brasileira Joanna Maranhão caiu nas semifinais. Ela fez 2min12s64 e ficou com a 13ª posição – as oito primeiras avançaram. “Estava buscando um 2min11 e estava me sentindo bem para isso, mas acredito que eu tenha errado a divisão das provas. Eu fecho muito bem e saio dos 200m medley com a sensação que não é o desgaste dos 200m borboleta ou dos 400m medley. Posso tirar mais, mas esse mais é potência, algo que eu tenho dificuldade para trabalhar. Sou muito resistente. É uma prova em que eu sei que ainda tenho muita margem de melhora e estou buscando isso. O fato de estar numa semifinal já é muito bom e para entrar na final eu teria de nadar 2min11. Então, meu parcial de peito tem de cair para 38s. Hoje é 40s, e de manhã tinha sido 39s. É mais uma questão de técnica do que de fôlego”, explicou a brasileira.
Sem raspar, brasileiro é segundo. Por causa do atrito com a água, é raro ver um nadador não depilado em competições de alto nível. Portanto, o visual de Nicholas Santos foi uma prova de confiança na semifinal dos 50m borboleta – ele deixou para raspar os pelos apenas na decisão. “Ainda não raspei. Nadei forte, mas respirei – normalmente eu não respiro nessa prova. Vamos ver amanhã: vou raspar e não vou respirar “, avisou. Nicholas fez o segundo tempo da classificatória (23s05), que foi liderada pelo francês Florent Manaudou (22s84). Cesar Cielo, com 23s29, também avançou.
Quem segura Katie Ledecki? A norte-americana tem apenas 18 anos, mas já é um dos principais nomes da natação mundial. Em Kazan, começou a mostrar isso com uma vitória extremamente fácil nos 400m livre. Ela completou a prova em 3min59s13, bem à frente da segunda colocada Sharon Van Rouwendaal (4min03s02). “Eu não esperava isso. Ledecki era a favorita, de fato, e eu ia ficar feliz com o bronze. Mas aí eu vi a chance de brigar e consegui a prata”, contou a holandesa vice-campeã.
Brasileiros ficam fora da prova final nos 100m peito. Felipe França e Felipe Lima estão fora da briga por medalha na prova. Os dois disputaram a mesma bateria nas semifinais, mas não conseguiram tempo para avançar (com 59s89 e 1min00s19, respectivamente, ficaram com o 11º e o 13º tempo entre os 16). “Às vezes erra, às vezes acerta, e isso acontece. É uma competição. O foco maior é treinar para os Jogos Olímpicos”, lamentou França. “Acho que a natação é feita de erros e acertos. Todo esporte é assim. Nesta vez eu escolhi uma tática errada: forcei na passagem e não aguentei a volta”, corroborou Lima. O melhor tempo da classificatória foi do britânico Adam Peaty (58s18).
Australianas brilham e vencem revezamento. Os três primeiros conjuntos do ranking (Austrália, Holanda e Estados Unidos) chegaram com tempos parecidos à decisão do 4x100m livre feminino. Na disputa do ouro, contudo, o quarteto oriundo da Oceania sobrou e venceu com 3min31s48. As vice-campeãs foram as holandesas (3min33s67), com as norte-americanas em terceiro (3min34s61).
Revezamento brasileiro fica no quase. O time formado por Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca chegou a ocupar a terceira posição no 4x100m livre mas acabou apenas na quarta posição. O pódio da prova foi formado por França, Rússia e Itália. “A gente está chateado por não ter conseguido a medalha. Ficou muito próximo, e a gente já tinha competido com a Itália no GP de Charlotte no começo do ano. E assim.... Está ali, muito perto. A gente quase consegue sentir e pegar essa medalha. Isso que dói no coração. É pouca coisa”, disse Chierighini.
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