Basquete olímpico se despede de Pau Gasol e Luis Scola
O torneio olímpico masculino de basquete chega às semifinais nesta quinta-feira (5), com os confrontos entre EUA x Austrália e França x Eslovênia. Ao fim da etapa anterior, duas tradicionais seleções ficaram pelo caminho — Espanha e Argentina —, o que significou também o fim da caminhada olímpica de dois grandes personagens desses países: Pau Gasol e Luis Scola.
Os dois compartilham muitas semelhanças. Ambos são medalhistas olímpicos, ambos usam a camisa 4 na seleção de seus países e têm 41 anos. Enfrentaram-se por diversas competições desde 1999: seja no basquete espanhol, na NBA, ou em Mundiais e Olimpíadas. Quis o destino que também encerrassem a carreira por suas nações no mesmo dia e no mesmo local: a Saitama Super Arena, no Japão.
O basquete sempre foi uma paixão na vida de Pau, que também praticou rugby e futebol quando criança. Filho de uma enfermeira e de um administrador de hospitais, o espanhol estava decidido a ser médico quando Magic Johnson anunciou que era portador do vírus HIV, dizendo que acharia a cura para doença. Tempos depois, ele deixou de lado a a faculdade de medicina e ingressou no esporte
Pau é o terceiro maior cestinha do torneio olímpico de basquete, com 632 pontos marcados Disputou cinco Olimpíadas e conquistou três medalhas: prata em Pequim-2008 e Londres-2012, e bronze na Rio-2016. Além disso, foi campeão mundial em 2006 e três vezes campeão europeu (2009, 2011 e 2015).
Fora da seleção, também teve uma extensa e bem-sucedida carreira. O espanhol chegou à NBA em 2001 após se destacar no Barcelona. Nos Estados Unidos passou por Memphis Grizzlies, Chicago Bulls, San Antonio Spurs e Milwaukee Bucks, mas teve mais destaque defendendo o Los Angeles Lakers.
Ao lado de Kobe Bryant, Gasol foi duas vezes campeão da NBA, em 2009 e 2010. Após a morte do amigo, Pau constantemente compartilha momentos nas redes sociais apoiando Vanessa Bryant, viúva de Kobe, e as filhas do casal. Atualmente, defende novamente o Barcelona, e afirmou que está considerando se aposentar também do clube.
Nesta quarta (4), o espanhol foi eleito para integrar a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional. Ele fará parte da Comissão até o fim dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, que será disputado em 2028. Pau tem bastante identificação com a cidade pelo período que defendeu o Lakers.
O ouro olímpico que faltou na carreira de Pau Gasol não está ausente do currículo de conquistas de Luis Scola. Em Atenas-2004, o argentino fez parte da equipe que surpreendeu o mundo ao bater os Estados Unidos na semifinal por 89 a 81 e atropelar os italianos na final (84 a 69) para conquistar a medalha inédita para o seu país. A presença em Tóquio-2020 representou a sua sétima participação olímpica e, além do histórico ouro, também tem um bronze em Pequim-2008.
Scola é uma referência no basquete argentino. Após a derrota para a Austrália, que significou o fim da sua carreira olímpica, foi aplaudido de pé por adversários e companheiros e parabenizado por Messi.
O argentino vem logo atrás de Pau na lista de cestinha das Olimpíadas, com 548 pontos marcados. Além da bonita história olímpica, Scola tem dois vice-campeonatos mundiais (2002 e 2019), além de um ouro nos Jogos Pan-Americanos (2019). É também um carrasco brasileiro, sempre atuando em alto nível quando jogava contra a seleção.
Scola começou a sua carreira na seleção argentina em 1999 e foi considerado pelo compatriota Manu Ginóbili como o jogador mais importante da história do basquete do país.
Mesmo fora da Argentina desde 1999, quando seguiu carreira para a Europa, sempre fez questão de estar presente na seleção — por vezes, até brigando com seus clubes. Em 2014, ameaçou não jogar o Mundial após denunciar a má gestão na Federação Argentina e, por isso, o governo teve de intervir para que tudo fosse resolvido.
"O legado que Luis deixa é incrível porque todos, em algum momento, nos colocamos atrás dele. A liderança, o exemplo de vida, não só no basquete, exemplo de constância, ética, trabalho, lucidez e de honra ao que faz", disse o treinador Sérgio Hernandez. "O mais importante é honrar cada segundo do que se faz na vida, seja o que for. Resta agradecer. Que todos estejamos atento ao seu legado", completou.
Scola se destacou no basquete espanhol e atuou na NBA por 11 anos, defendendo cinco franquias diferentes. Depois da carreira na NBA passou por China e Itália, onde joga atualmente defende o Pallacanestro Varese. Assim como Gasol, Scola ainda não se pronunciou sobre a sua carreira em clubes.
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