"Do êxtase à agonia/Oscila nossa história". O trecho está no rock "La argentinidad al palo", hino nacional informal entoado por toda a Argentina na canção da banda Bersuit Vergarabat. Êxtase e agonia são descrições precisas para a vida e obra de Diego Armando Maradona, que completaria 61 anos hoje (30).
Expoente sem igual da "argentinidade ao máximo", o craque morreu no último dia 25 de novembro, por uma parada cardiorrespiratória, e sua recente desaparição fará do sábado argentino uma catarse melancólica digna do mais amargo tango.
Acostumados a tratar Maradona como um parente querido - e em alguns casos muito mais que isso -, os argentinos já prestam muitas homenagens a Diego. Desde missas da Igreja Maradoniana a shows de música, passando pelos jogos de futebol beneficentes e profissionais. Mas quem imagina um consenso pró-Diego desconhece o cotidiano argentino, onde o consenso é impossível. Parte da população do país promete boicotar e hostilizar as homenagens pela revelação dos seus últimos e mais pesados escândalos.
Filha do craque, Giannina Maradona definiu nas redes sociais o clima deste sábado: "Tenho medo, meu coração não vai aguentar". Para alguns, hoje é Natal e Ano Novo, o início do ano 61 D.M (Depois de Maradona). Para outros, o culto não faz sentido no mundo civilizado que condena relações abusivas.
Êxtase, pelas glórias de Maradona em campo. Agonia, pelos graves atos fora dele.
La argentinidad al palo.