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Sobrinha de Senna vê Medina com potencial de igualar tio, mas pede cautela

Fábio Aleixo

Do UOL, em Guarulhos

25/12/2014 06h00

O título mundial de Gabriel Medina aos 20 anos de idade e seu sucesso repentino fizeram o surfista rapidamente ser alçado ao status de novo herói nacional. Comparações com Guga e, principalmente, Ayrton Senna se tornaram comuns desde que ele levantou a taça em Pipeline (Havaí), na sexta-feira. Mas será possível para o surfista um dia alcançar o status que o tricampeão mundial da Fórmula 1 teve ao longo de sua carreira?

Sobrinha do ex-piloto e responsável por cuidar de várias ações do Instituto Ayrton Senna, Bianca Senna vê Medina com potencial para se aproximar do tio, mas afirma que é necessário ter cautela.

“É muito difícil dizer se um dia ele poderá chegar a representar tudo que o Ayrton representou. Ele está no caminho certo, mas ainda no começo de carreira. Vejo que é um atleta dedicado, com carisma, uma grande personalidade e que pode chegar longe. Tem muita coisa para acontecer ainda”, afirmou em entrevista ao UOL Esporte.

Na terça-feira, Bianca esteve presente na entrevista que Gabriel Medina concedeu em um hotel de Guarulhos e presenteou o campeão mundial de surfe com uma réplica do tradicional capacete com as cores da bandeira brasileira utilizado por Ayrton Senna ao longo de toda sua carreira.

“Fiquei sabendo que o Gabriel era fã do Ayrton pelas diversas entrevistas que ele deu desde que conquistou o título mundial. É um motivo de orgulho para nossa família e por isso resolvemos presenteá-lo com esta réplica”, afirmou Bianca, que é irmã e empresária de Bruno Senna.

Durante a entrevista de terça-feira, sua primeira no retorno ao Brasil, Medina mais uma vez fez questão de exaltar Senna, seu grande ídolo no esporte, e até apontar algumas semelhanças suas com o ex-piloto.

“Um monte de gente fala que temos personalidades parecidas. Ele era frio, muito focado e dedicado, assim como eu sou. Ele tinha essa personalidade de ser vencedor. Esse jeito de ser brasileiro inspirou bastante. Representava mesmo a bandeira do Brasil, tinha orgulho disso. É o mesmo que eu sinto”, afirmou Medina.

Apesar de ter o ex-piloto como grande inspiração para sua carreira, Medina nunca viu Senna em ação ao vivo. O surfista nasceu em dezembro de 1993, cinco meses antes da morte do tricampeão.

“Não tive a honra nem a oportunidade de conhecê-lo. Eu fiquei sabendo do que já falavam. Vi o filme dele também. Até chorei, tem várias histórias que são inspiradoras”, disse Medina.