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Gabriel Medina vira inspiração para Slater, Fanning e novatos do surfe

Medina (d) hoje é inspiração até para lendas como Kelly Slater (e) e Mick Fanning - Rafael Reis/UOL
Medina (d) hoje é inspiração até para lendas como Kelly Slater (e) e Mick Fanning Imagem: Rafael Reis/UOL

Mariano Kornitz

Em Gold Coast (AUS)

04/03/2015 08h59

Em pouco mais de quatro anos participando do circuito da elite do surfe mundial, o jovem surfista brasileiro Gabriel Medina não conquistou apenas o título da modalidade, mas também o respeito de atletas consagrados como o mito Kelly Slater, o tricampeão mundial Mick Fanning, entre muitos outros que tiveram que enfrentar o fenômeno do surfe brasileiro nas etapas do “circuito dos sonhos”.

Gabriel Medina passou a integrar a elite da Liga Mundial de Surfe em meados de 2011, quando disputou apenas quatro etapas e venceu duas delas, e de quebra derrotou o americano Kelly Slater duas vezes em sua estreia no tour em San Francisco (EUA).

Bateria a bateria, Medina foi ganhando experiência e evoluindo como competidor. Depois de uma temporada não tão consistente em 2013, deu a volta por cima e teve um ano praticamente perfeito em 2014, que terminou com sua coroação após o vice-campeonato nas ondas de Pipeline, no Havaí.

Considerado o melhor surfista de todos os tempos, o americano 11 vezes campeão mundial Kelly Slater revela que tem Gabriel Medina como uma das motivações para continuar competindo e buscando sempre evoluir como atleta, mesmo aos 43 anos de idade.

“Ver o Gabriel Medina surfar tem sido uma grande motivação. Se você quer puxar seu nível, você tem que olhar para coisas novas. E é de lá que está vindo a evolução, de caras como o Gabriel Medina. Ele está puxando a fila e com certeza continuará ditando o ritmo pelos próximos 10 ou 20 anos”, diz.

“O Medina é um surfista completo. Tanto em ondas manobráveis quanto em condições pesadas e tubulares, ele é capaz de mostrar tudo o que sabe. Prova disso foram suas performances em ondas como Snapper Rocks, Teahupo (Taiti) e em Fiji. Ele mostrou ao mundo que pode dominar qualquer tipo de situação ou de onda. Estou curioso para ver como ele vai se sair este ano, já que todos querem derrotá-lo”, completa Slater, que enfrenta o australiano Jack Freestone na segunda bateria da repescagem da prova em Gold Coast nesta semana, na primeira etapa de 2015.

Para o australiano Mick Fanning, parceiro de equipe de Medina, já que ambos são patrocinados pela mesma marca, o brasileiro mereceu o título em 2014 e provavelmente ainda irá conquistar outros títulos ao longo de sua carreira. Na última etapa do ano passado, no Havaí, mesmo sendo os dois principais postulantes ao troféu, brasileiro e australiano dividiram casa.

“Foi muito legal dividir a casa com o Medina enquanto nós dois estávamos brigando pelo título. Também estivemos juntos na mesma casa quando conquistei meu terceiro título em 2013, mas ele não estava na disputa. Então foi bem curioso estar com ele no ano passado”.

“Apesar de estarmos disputando o título contra o outro, em casa o clima era de camaradagem total. Ele é um bom garoto, reservado e tranquilo. Com certeza o título mundial em 2014 foi merecido”, fala o australiano, que quando a prova recomeçar em Gold Coast, encara o americano Dane Reynolds na primeira bateria da repescagem.

Um dos principais expoentes da nova geração do surfe mundial, o brasileiro Filipe Toledo, de apenas 19 anos de idade, terminou a temporada passada da Liga Mundial de Surfe na 17a colocação e tem Medina como fonte de inspiração para nesta temporada tentar chegar ao topo do pódio.

“Sem dúvida o Gabriel Medina é o cara a ser batido nesta temporada da WSL. Atual melhor do mundo e campeão mundial, todos nós queremos ganhar dele. A conquista dele no ano passado serviu para dar um gás na motivação e na minha confiança para ir para cima com tudo este ano”, diz o brasileiro.

Aos 20 anos de idade, o havaiano John John Florence é mais um surfista na lista dos que têm Gabriel Medina como inspiração e motivação para brigar forte na corrida pelo título mundial.

“O Gabriel Medina é incrível. Ele vem puxando o ritmo entre os surfistas mais jovens e é uma inspiração. Aprendi muito com ele no ano passado. Ele é um competidor inteligente e sabe o que fazer para vencer as baterias. Mas a verdade é que este ano eu também quero o meu título mundial”, fala o havaiano.