Surfistas criticam competir com ondas ruins na Austrália: 'temos de acatar'
Depois de 10 dias consecutivos de paralisação por falta de ondas, finalmente a repescagem da etapa de abertura da Liga Mundial de Surfe foi realizada na praia de Snapper Rocks, em Gold Coast, na Austrália.
Ansiosos para entrarem em ação depois do longo período de paralisação, a retomada das disputas não agradou os surfistas, que encontraram condições bem difíceis para a prática do esporte com ondas pequenas e formação prejudicada pelo vento.
O americano 11 vezes campeão mundial Kelly Slater foi para a água na segunda bateria do dia. E mesmo vencendo seu confronto contra o australiano Jack Freestone, saiu do mar reclamando da péssima condição de ondas.
“Realmente as ondas hoje não eram as melhores para uma competição deste porte. Se a comissão técnica decidiu colocar as baterias na água, nós surfistas temos que acatar essa decisão e tentar fazer o nosso melhor. Acho que eu não ficaria feliz se tivéssemos que disputar o terceiro round ainda hoje. Com certeza nos próximos dois dias teremos ondas melhores para finalizar a competição”, comenta o americano.
Duas baterias depois o brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, derrotou o americano CJ Hobgood para se garantir na terceira fase da competição, mas também não estava contente com as ondas ao final do confronto que o podia ter tirado da prova.
“Tivemos uma conversa antes de entrar na água, mas mesmo assim disputamos essa bateria meio que no limite. Podia ter acontecido de tudo dentro da água, mas eu e o CJ Hobgood entramos em acordo e decidimos entrar no mar. Tive sorte de encontrar duas boas ondas no começo do confronto e jogar toda a pressão para cima do americano. Ainda bem que deu tudo certo para mim e estou muito feliz em avançar à terceira fase”, conta Mineirinho.
Outro surfista que reclamou das ondas mesmo depois de vencer na repescagem foi o australiano Taj Burrow. Depois de vencer o duelo contra o neozelandês Ricardo Christie, o australiano afirmou que estas foram as piores ondas que já surfou em uma etapa da elite do circuito mundial.
“Ainda bem que venci meu confronto, pois ficaria muito chateado se eu tivesse perdido. De longe essas ondas foram as piores que já surfei em uma etapa do circuito mundial. Infelizmente o surfe é assim e, nem sempre encontramos as condições ideais. Mas como o cronograma está bem apertado tivemos que ir para a água mesmo assim”, diz o australiano.
Estreante na Liga Mundial de Surfe, o brasileiro Ítalo Ferreira também reforçou o discurso dos surfistas. Mesmo muito feliz com a vitória e a vaga na terceira rodada da prova, o surfista de 20 anos de idade acredita que a comissão técnica tenha errado ao manter a prova paralisada por 10 dias e não colocar as disputas na água.
“As ondas estavam muito difíceis e acredito que eles erraram um pouco nas chamadas. Tivemos dias melhores que hoje e o campeonato não foi para a água. Mas tudo bem. Isso acontece. Espero que as condições do mar melhorem para que a gente possa mostrar mais surfe para o público e para os juízes”, diz o surfista potiguar.
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