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Algoz de Serena, musa alemã encara francesa em surpreendente final de Wimbledon

Do UOL, em São Paulo

04/07/2013 13h01

Já se sabia que a final de Wimbledon seria inédita, e com finalistas que jamais haviam vencido um Grand Slam. Se um suposto "merecimento" conta, a decisão entre Sabine Lisicki e Marion Bartoli é a mais justa: após Bartoli derrotar Kirsten Flipkens e garantir a vaga sem perder sets em todo o torneio, Lisicki, algoz de Serena Williams, a número um do mundo, derrotou Agnieszka Radwanska na tarde desta quinta-feira (6-4, 2-6 e 9-7) e fará companhia à francesa no próximo sábado, após sobreviver a um set final emocionante com duração de 1h10min.

Número 24 do ranking da WTA, a bela loira Lisicki tinha como melhor resultado em Grand Slam , até esta quinta, a semifinal de Wimbledon em 2011. Será sua primeira decisão, ao contrário de Bartoli, número 15 do mundo, que já foi vice em Londres em 2007.

Elas se aproveitaram de um torneio cheio de zebras: Maria Sharapova, número três do mundo, caiu para a portuguesa Michelle Larcher de Brito ainda na segunda rodada. Victoria Azarenka, número dois, abandonou o torneio antes de jogar seu segundo jogo em razão de lesão no joelho. E Serena Williams, a número um, caiu para a própria Sabine Lisicki, que chorou ao conseguir o triunfo contra a americana.

Para confirmar sua vaga, Sabine sofreu: diferentemente do atropelamento imposto por Bartoli a Flipkens, a alemã fez jogo duríssimo contra a polonesa, número quatro do mundo. Só que o estilo de jogo foi parecido: a opção pelo risco. Ela anotou 19 winners contra quatro, e aproveitou 86% das bolas na rede - além de errar 13 vezes de maneira não-forçada contra apenas duas, mostrando como tentou mais o jogo de bolas arriscadas.

Só que a polonesa optou por não mudar seu estilo de jogo, até porque sofre com lesões nas duas coxas, que a fizeram jogar com proteção nas duas pernas. Na segunda parcial, novamente viu Lisicki anotar mais winners (15 a 6) e mais aces (3 a 0), mas soube aproveitar o novo abuso de erros de Lisicki: 17 a 3. Assim, quebrou por três vezes o saque da rival, foi quebrada apenas em um oportunidade e levou a parcial por 6 a 2.

O set decisivo começou positivo para a polonesa: com uma quebra logo no segundo game e confirmando seus saques, abriu 3 a 0. Só que Lisicki voltou ao seu estilo, o mesmo que teve sucesso contra Serena. Abusou da força, quebrou a rival no quinto game e, no 9°, virou.

Só que desperdiçou a primeira chance de fechar. A partir daí, o jogo tomou contornos épicos. Até o 15° game, todas confirmaram seus saques. Porém, naquele game, Radwanska errou um voleio simples na rede e deu a quebra para a alemã. No game seguinte, aces garantiram o triunfo, bem ao seu estilo visto durante todo o torneio - o risco.

CHAVE PARA OS TRIUNFOS: ARRISCAR MAIS QUE A RIVAL

  • As duas finalistas forçaram mais o jogo que suas adversárias nas semis e foram recompensadas por isso. Analise os números abaixo e veja como as bolas de risco valeram a pena:

    MARION BARTOLI x KIRSTEN FLIPKENS

    Aces: Bartoli 5 x 0 Flipkens

    Winners: Bartoli 23 x 10 Flipkens

    Erros não-forçados: Bartoli 10 x 6 Flipkens

    Aprov. na rede: Bartoli 100% x 38% Flipkens

    SABINE LISICKI x AGNIESZKA RADWANSKA

    Aces: Lisicki 9 x 1 Radwanska

    Winners: Lisicki 60 x 21 Radwanska

    Erros não-forçados: Lisicki 46 x 10 Radwanska

    Aprov. na rede: Lisicki 73% x 52% Radwanska

PERFEITA NOS VOLEIOS, BARTOLI VOLTA A FINAL APÓS SEIS ANOS

  • Marion Bartoli só havia chegado, até esta quinta-feira, a uma final de Grand Slam na carreira, em 2007. Só que, nesta manhã, o jejum acabou: a francesa atropelou a belga Kirsten Flipkens e está, pela segunda vez, na decisão de Wimbledon. Bartoli venceu a rival por 6-1 e 6-2 e o principal fator foi seu jogo na rede: 100% de aproveitamento nas subidas ao meio da quadra. A vitória tranquila só fortaleceu a campanha de Bartoli até agora na grama londrina: ela alcança a decisão sem perder um set sequer na competição.