Supervalorização dos técnicos
A diretoria dos clubes, torcedores e parte da imprensa dão excessiva importância aos técnicos de futebol na vitória e na derrota. Outro fator muito valorizado, principalmente pelos torcedores, é a garra da equipe.
O Santos perdeu do Corinthians, resultado normal já que são duas equipes do mesmo nível. Exaltaram o nó tático que o Luxemburgo teria dado no Cabralzinho ao escalar três atacantes.
Não assisti ao jogo, mas segundo Paulo Calçade, brilhante comentarista da ESPN Brasil, os três atacantes seguraram os três defensores em seu campo, o Santos ficou muito atrás, e a bola não chegava ao gol do Corinthians. Foi uma conduta inteligente do Luxemburgo, mas certamente não foi o único fator determinante da vitória.
Os torcedores do Santos também protestaram com violência contra o técnico e principalmente contra os jogadores, que, segundo eles, não teriam tido vontade na partida.
O Palmeiras perdeu do Inter, adversário com o mesmo nível técnico. O culpado foi novamente o técnico Celso Roth. Os torcedores e parte da imprensa ainda ficam surpresos quando uma equipe de outro Estado vence no Rio ou em São Paulo.
Se uma grande equipe não ganhar dois ou três jogos contra outras do mesmo nível, põem a culpa no técnico e na falta de garra dos jogadores. O Fluminense, que não vence há alguns jogos porque enfrentou boas equipes, corre riscos de perder os próximos, independentemente da atuação dos técnicos e jogadores.
O Flamengo não levou um banho de bola do Grêmio somente porque os jogadores estavam apáticos. Perdeu também porque o time gaúcho, por meio de uma forte marcação por pressão, anulou totalmente os principais jogadores do time carioca. Na final da Copa do Brasil, quando o Grêmio venceu o Corinthians com a mesma postura tática, disseram o mesmo dos jogadores do Corinthians.
Há dezenas de fatores envolvidos no resultado de uma partida. O técnico e o entusiasmo dos jogadores estão entre eles. Além disso, a capacidade de um treinador deve ser avaliada após vários anos e não somente por uma substituição, uma vitória e um título.
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras; para ler colunas anteriores, clique aqui.
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P.Caro Tostão, sinceramente, você acha que a terrível fase da seleção é devido à má organização do futebol brasileiro e falta de competência dos técnicos, ou o Brasil está carente de verdadeiros craques? Fernando Cruz R.Caro Fernando. Você apontou três causas. Todas elas são importantes. Há ainda outras. P.Prezado Tostão, o grande dilema enfrentado pelo Felipão é conseguir fluir o meio-campo da seleção. Será que não está na hora de o Felipão dar mais uma chance aos meias Djalminha e Ricardinho pois tanto Rivaldo como Marcelinho Paraíba não estão conseguindo conduzir o meio campo da seleção. Norival Neri Jr. R.Norival, é isso! Falta à seleção principalmente armadores com capacidade de desarmar e avançar com talento. Os que têm essa qualidade estão fora, como Ricardinho, do Corithians, e Juninho Pernambucano. Djalminha já é mais um meia-atacante. Gilberto Silva é uma esperança, já que é um volante que também avança com talento.
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