Os técnicos estrangeiros não são melhores
Nesta semana, o jornal argentino "Clarín" publicou que o excelente e vitorioso técnico Carlos Bianchi será convidado para ser o treinador da seleção brasileira após as eliminatórias. Bianchi declarou que não vai renovar o contrato com o Boca Juniors em dezembro.
Não acredito nessa possibilidade. Apesar de inconfiável, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, declarou nesta semana que Luiz Felipe Scolari será o técnico da Copa do Mundo. Além disso, até o Mundial a seleção vai se reunir somente umas duas vezes durante poucos dias e mais uns 15 a 20 dias antes da estréia na Copa.
A justificativa de se trazer um treinador estrangeiro seria dele promover mudanças técnicas e táticas na seleção brasileira. Não há mais tempo.
Como aqui, lá fora há poucos técnicos brilhantes. Bianchi é um deles. Outro seria o Fábio Capello, treinador da Roma. Cruyff há muito tempo não dirige uma equipe. O iugoslavo Bora Milutinovic, também citado como uma das soluções para o time brasileiro e que acaba de classificar a China para a Copa, nunca dirigiu uma forte seleção. Marcelo Bielsa é o técnico da seleção argentina. Não há outros.
Reclamamos muito que os técnicos brasileiros privilegiam a disciplina tática e o preparo físico em relação à qualidade individual (o que é verdade), mas os treinadores estrangeiros são ainda mais apaixonados pelos esquemas táticos que os brasileiros.
Queixamos também do esquema tático defensivo da seleção brasileira com três zagueiros, dois laterais e dois volantes, mas na verdade é uma cópia do antigo desenho tático italiano. Novo no futebol mundial, somente a seleção argentina.
Os erros dos técnicos brasileiros são uma das causas da queda de nosso futebol, mas há inúmeros outros problemas, como a falta de organização, de credibilidade e de um número maior de verdadeiros craques.
O grande defeito dos técnicos do Brasil foi copiar os pontos negativos dos estrangeiros e ignorar os positivos. Eles fizeram o contrário.
A grande vantagem de se ter um técnico estrangeiro dirigindo a seleção brasileira seria que ele não iria perturbar e ofender os árbitros e auxiliares na lateral do campo, não seria grosseiro na relação com a imprensa, nem ofenderia os grandes craques campeões do mundo do passado.
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras; para ler colunas anteriores, clique aqui.
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P.Caro Tostão, o Romário já está sem lugar na seleção? Afinal, quando falamos de gols, o primeiro nome que vem na minha mente é o dele. Abraços. Willian Gama R.Caro Willian, não se pode contar mais regularmente com Romário. É preciso preparar outro jogador para substitui-lo. Porém, se ele tiver uma seqüência de boas partidas, pode ser a solução em determinados momentos. P.Tostão, é implicância minha ou a decadência do nosso futebol começou quando todo e qualquer técnico passou a querer ser chamado de professor? Delane Souza R.Delane, os técnicos são uma das causas da queda da qualidade do futebol brasileiro. Há outros motivos, como a falência dos clubes, a desorganização do futebol e a falta de um número maior de craques.
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