Brasileiros na Mercosul
O Flamengo, que já estava ruim no Brasileiro, perdeu feio para o Nacional, em Montevidéu, por 4 a 1. Dessa vez não há desculpa, a equipe estava completa. O Flamengo ainda é o líder de seu grupo. Apesar disso, a goleada serviu para agravar a crise na equipe. Petkovic foi punido com a reserva.
Ao contrário do Flamengo, o Cruzeiro deu mais um sinal de recuperação. Depois de golear o Santa Cruz no Brasileiro, o time venceu o Independiente por 4 a 1. Edmundo brilhou nas duas partidas. A equipe melhorou depois que o técnico Ivo Wortmann retirou os dois volantes apenas marcadores (Marcus Vinicius e Cléber Monteiro) e escalou um meio-campo mais habilidoso, formado por Rincon, Ricardinho e Jorge Wágner.
O São Paulo perdeu muitos gols e empatou contra o fraco time do Peñarol por 1 a 1. Kaká fez falta. Ele é o lúcido jogador que atua entre o meio-campo e o ataque, que passa e faz gols. O Corinthians continua confuso dentro e fora de campo. A equipe se posiciona bem, toca bem a bola, mas os jovens jogadores finalizam mal. Além disso, o árbitro deixou de marcar dois pênaltis claros a favor do Corinthians, no empate em 0 a 0 com o Colo Colo.
Grêmio, Vasco e Palmeiras atuam hoje, quinta-feira. Espero que vençam. Apesar de tantos problemas, os times brasileiros estão melhores do que a seleção.
Precipitação
Na Itália, Scolari tenta convencer o técnico da Inter, Hector Cúlper, a escalar o Ronaldo. O treinador da seleção brasileira sabe que só poderá escalar o jogador na seleção depois que ele atuar bem várias partidas pelo time italiano.
O treinador da Inter sabe que o Ronaldo precisa retornar aos poucos. Ficou um ano e sete meses parado. Precisa adquirir confiança e boas condições físicas e técnica.
Não se pode exigir do jogador que ele seja o salvador da seleção. Dificilmente Ronaldo terá condições de atuar contra o Chile. Pior, Rivaldo provavelmente estará fora dessa partida. Apesar da fragilidade da equipe chilena e das más atuações do Rivaldo, as coisas ficaram ainda mais difíceis para o Brasil.
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
para ler colunas anteriores, clique aqui.
| | | 
P.O problema dos técnicos que chegam à seleção e perdem a personalidade é ousadia demais, medo ou covardia? Um grande abraço a você.
Emilio Finger
R.Caro Emilio, os técnicos ficam confusos. Estão acostumados a fazer certas coisas nos clubes e se confundem com os novos jogadores e com novas possibilidades. Não fazem uma coisa nem outra. Perdem o bom-senso. Na seleção, os erros atingem uma dimensão muito maior do que nos clubes.
P.Tostão, na sua época jogava-se com a cabeça, auxiliada pelos pés. Quando enfrentamos seleções bem treinadas, disciplinadas, ouço na mídia gente defendendo a malandragem do jogador brasileiro. Eu só acredito em treinamento, disciplina e criatividade. Será que estou muito pessimista?
Fernando Castro
R.Caro Fernando, a habilidade e a técnica do jogador brasileiro pioraram. Emocionalmente, eles estão mais instáveis. São mais cobrados. Não há tempo para treinar. Jogam excessivamente. O jogador brasileiro precisa adquirir mais técnica, não malandragem. Enfim, são muitos os problemas a serem corrigidos.
 | | |
