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Nova convocação

O mais positivo da nova convocação para a seleção brasileira foi a presença do Ronaldinho Gaúcho e do Juninho Pernambucano. Não por razões técnicas, já que são excelentes jogadores e merecem estar na seleção, mas sim porque estão sem clube, lutando por seus direitos na justiça.

Para atender aos interesses dos clubes e da CBF, antes do Leão os técnicos não convocavam jogadores nessa situação. Prejudicavam os atletas e a seleção.

Por outro lado, os dirigentes mantêm a mesma chantagem e corporativismo. Não contratam jogadores que conseguem passe livre na justiça. Por isso, Ronaldinho e Juninho estão sem clube para jogar.

Antônio Carlos não é um zagueiro excepcional, mas não pode ficar de fora do time brasileiro. É muito melhor do que o Edmilson. A não convocação do jogador da Roma só pode ser pessoal, como afirmaram alguns jornais.

É compreensível a explicação do Leão de que é preciso testar outro lateral para substituir o Cafu, mas isso deveria ter sido feito nos amistosos contra Estados Unidos e México. A partida contra o Equador, pelas eliminatórias, fora de casa, é importante e difícil. Não é o momento de se fazer experiências. Cafu ainda é, disparado, o melhor lateral direito do Brasil. Belletti seria seu reserva.

Roberto Carlos, ao contrário, foi barrado por motivos técnicos. Ele está sem ambiente na seleção. Joga muito menos do que no Real Madrid. Em vez de afastar definitivamente o jogador, Leão deveria recuperá-lo. Para a reserva do Silvinho, o técnico convocou o bom lateral César, do São Caetano.

Além de Juninho Pernambucano, gostei da presença do Velloso. Bosco é muito bom, está em condições de atuar na seleção, mas, hoje, o goleiro do Atlético é ainda melhor.

Leão precisa definir um time, um elenco e a estratégia tática. Mudar o mínimo possível.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
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P.Como você vê esta súbita "compreensão" do Pelé com João Havelange e Ricardo Teixeira, tudo em nome da grandeza do futebol brasileiro? Sua opinião sobre ele ficou abalada?
Paulo T. Coutinho


R. Sempre achei o Pelé uma pessoa comum, com qualidades e defeitos. Em todas as áreas, gênios como Pelé são especiais por suas obras. Hoje, como todo empresário, Pelé busca ter lucros em sua atividade. Isso não é errado, desde que não prejudique o futebol. Ainda tenho esperanças (talvez esteja sendo muito ingênuo) de que a intenção principal do Pelé seja ajudar o futebol brasileiro.

P. Por que o futebol não adota de vez juízes eletrônicos para melhorar essa bagunça que os árbitros fazem?
José Ricardo Cyrne


R. Gosto dessa idéia, mas ainda não consigo visualizá-la na prática. Erros graves dos juízes (a bola que não entrou e o juiz deu gol), confirmados por meios eletrônicos que alteraram o resultado da partida deveriam ser motivo para anulação do jogo. Isso já aconteceu na Europa. Essa decisão teria de ser no dia seguinte à partida.