Não terminou em pizza
A CPI da Câmara dos Deputados não acabou em pizza como dizem. Pelo contrário. Numa jogada de craques, o relator Silvio Torres e o presidente da CPI, Aldo Rebelo, evitaram que o relatório final fosse votado e totalmente modificado pela "bancada da bola" (ou melhor, da "anti-bola"), ligada aos dirigentes de clubes, federações, empresários e outros indiciados. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, mesmo sem ser votado, e à CPI do Senado, que concluirá seus trabalhos em dezembro. Na prática, não há diferença. Não se pode culpar nem condenar os indiciados antes de o Ministério Público investigar, aprofundar e decidir se os indícios de graves irregularidades, reveladas na CPI, são verdadeiros ou não. Independentemente do resultado final, as CPI's já trouxeram um grande benefício ao futebol. Daqui pra frente, nada será como antes. Será elaborada uma nova legislação esportiva. Os dirigentes, empresários e todas as pessoas envolvidas com o futebol terão de mudar seus comportamentos. Ricardo Teixeira já anunciou que em 2003 não será candidato à presidência da CBF. Espero que seus aliados façam o mesmo. Papo furado O presidente da CBF garantiu que a seleção teria quinze dias de treinamentos para todas as próximas partidas das Eliminatórias. Tudo papo furado. A maioria dos jogadores estrangeiros apresentou-se mais cedo do que o habitual para o jogo contra o Uruguai, porque está de férias na Europa. Nos outros jogos, valerá a determinação da Fifa, de que os clubes são obrigados a ceder seus jogadores cinco dias antes da partida. Somente a partir de segunda-feira todos os jogadores estrangeiros estarão presentes. Serão apenas cinco dias de coletivos e treinamentos táticos. Espero que sejam o bastante para o Felipão formar uma equipe em condições de vencer. Pelo menos, empatar. Logo após o jogo contra o Uruguai, a seleção disputará a Copa América. Como nas duas últimas, com exceção do Brasil, as melhores seleções não levarão seus principais jogadores. A seleção brasileira deveria fazer o mesmo: dar um descanso aos atletas estrangeiros, que estão de férias na Europa e levar somente os que atuam no Brasil. A Copa América serve somente para os empresário encherem o bolso e para os técnicos da seleção e a CBF aproveitarem a fraqueza dos adversários, iludirem-se e dizerem que o Brasil ganhou um importante título.
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras; para ler colunas anteriores, clique aqui.
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P.Caro Tostão, você acha que jogadores como Élber e Jardel podem salvar a seleção? O que achou da ausência do Marcelinho e, principalmente, do Edílson (que vinha jogando muito bem e fazendo gols importantes e em quantidade)? José Vinícius R.Caro José Vinícius, Élber, ou Jardel (nunca os dois) podem ser uma boa opção para o técnico em determinados momentos da partida. São artilheiros, bons principalmente nas jogadas aéreas. Sou dos poucos que ainda acha que o Marcelinho Carioca poderia ser bastante útil à seleção, principalmente pelos cruzamentos na cabeça de ótimos cabeceadores, como Jardel e Élber. Edílson é um bom jogador, com características e no mesmo nível do Euller, Geovanni e Ewerthon, mas com a vantagem de ser mais experiente. P. Caro Tostão, dizer que convocará "bandidos" não parece uma atitude de repercussões desfavoráveis principalmente para os jovens, que podem absorver a ideologia de que só se vence com "banditismo"? Luiz Carlos Puscas R.Caro Puscas, mais uma vez o presidente Ricardo Teixeira (não foi o Felipão quem disse) foi infeliz em suas declarações. Quis fazer uma analogia com o futebol viril e de raça e disse besteira. Além do mais, o Brasil está precisando é de técnica, habilidade e criatividade. | | |