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Perderam os favoritos

Fluminense e Santos eram considerados favoritos e perderam para São Paulo e Botafogo. Os dois decidem o título do Torneio Rio-São Paulo. Antes da partida, segundo enquete do Jornal do Brasil, somente 8% dos internautas apostavam nessa final.

O Botafogo fez um belíssimo jogo. Mereceu a vitória, apesar da grosseira falha do juiz, que não marcou um pênalti a favor do Santos. A equipe carioca não tem nenhum jogador excepcional, nenhum convocado para a seleção, mas é bem organizada em campo quando enfrenta os considerados favoritos. Utiliza muito bem os contra-ataques. Donizete é veloz, habilidoso, e Tailson conhece os segredos da área. Impressionante a eficiência do jogador. Deixa sempre o seu gol.

O Santos, que ia muito bem, decepcionou. Reidner anulou Robert e as jogadas de ataque sumiram. O Peixe desesperou-se e mostrou todas as suas deficiências individuais. O esquema tático e o conjunto são bons, mas a maioria dos jogadores é mediana.

O Fluminense, assim como o Santos, estava muito bem, mas também não tem excepcionais jogadores. Há bons atacantes na equipe, mas faltam bons defensores. Os torcedores, com razão, lamentam a já velha ausência de Roger e Magno Alves. Com eles, ficaria mais fácil.

O São Paulo não brilhou, alternou bons e maus momentos, mas diante das deficiências dos adversários teve competência para chegar á final. Rogério, excepcional goleiro, fará falta na final contra o Botafogo.

A grande conclusão sobre esse torneio é que não mais existem equipes brilhantes no futebol brasileiro. Se tivesse atuado com todos os seus titulares, o Vasco seria a mais forte. Mesmo assim, vive na corda bamba. Seu elenco não é lá essas coisas. Basta não atuarem dois de seus principais jogadores, que a equipe se iguala ás outras.

Por causa do término da Lei do Passe e das CPI's, os clubes aguardam para investir ou para falir de vez. Depois da escuridão, virá a luz no fim do túnel.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
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P.O que você acha de se acabar com a lei do impedimento? Com certeza teríamos menos possibilidade de erros da arbitragem, menos confusão e, o melhor, mais gols.
Ivo José Ferreira


R.Isso foi tentado no campeonato de aspirantes, em São Paulo. Não deu certo. Os zagueiros iam para dentro da área, para não deixar os atacantes livres, e deixavam um grande vazio na intermediária. Ficou muito esquisito. Não acho que será uma boa medida. O que precisa mudar no futebol é a instituição de um limite para faltas individuais e coletivas.

P. O que você acha dos altos salários que são pagos atualmente no nosso futebol? Será que não estamos fazendo com que uma minoria pense que está em um conto de fadas?
Ernane - RJ


R.Os jogadores têm de ganhar de acordo com o que os clubes arrecadam. Não só na venda de ingressos, mas também na exploração da imagem do atleta. É o que acontece em qualquer empresa, para se ter lucro. Não é o que acontece no futebol brasileiro. Jogadores medíocres ou medianos ganham muito mais do que merecem.