Não há favorito
Somente o São Caetano e os dois Atléticos estão classificados para a fase seguinte do Brasileiro. Fluminense, Grêmio e São Paulo estão bem próximos da vaga. Bahia, Ponte Preta e Inter também têm boas chances. As possibilidades de classificação do Goiás são apenas matemáticas. Os oito serão conhecidos somente na última rodada.
As equipes que se classificarem nos quatro primeiros lugares jogarão na fase seguinte pelo empate e em casa. O primeiro terá essa vantagem até a final. O São Caetano dificilmente perderá a liderança.
O time do ABC está na frente porque foi o mais regular e equilibrado. Não é verdade o conceito de que a equipe brilha porque é muito ofensiva. O time defende e ataca com a mesma eficiência. Tem a defesa menos vazada.
Em outros Campeonatos Brasileiros, havia equipes nitidamente favoritas, como o recente bi-campeonato conquistado pelo Corinthians. Nesse ano, há um grande equilíbrio. A diferença é pequena entre as nove equipes que disputam as oito vagas. Bahia, Ponte Preta e Inter teoricamente têm chances um pouco menores.
Jogar em casa e pelo empate será uma boa vantagem. Porém, não podemos esquecer que diante de sua torcida e da responsabilidade, há a quase obrigação de vencer. Essas equipes podem se perturbar e perder a tranqüilidade.
São Paulo e São Caetano são as duas equipes menos dependentes do carinho e entusiasmo de seus torcedores. O time do ABC ganhou mais fora do que dentro de casa. O São Paulo recentemente goleou o Inter e o Cruzeiro em Porto Alegre e em Belo Horizonte.
Os dois Atléticos, Grêmio e Fluminense raramente perdem em casa. Por isso, mais que os outros vão tentar, nesses dois últimos jogos, ficar entre os quatro primeiros. Dos quatro, o Grêmio voltou a mostrar nessa primeira fase que é o que tem mais tradição em vencer fora de casa. Além disso, a postura tática da equipe, de pressionar o adversário em qualquer campo, aumenta as chances de vitória.
A principal qualidade de todas essas equipes é o conjunto. Daí, o equilíbrio. Todas fizeram um bom planejamento antes do Brasileiro. Dessas nove, os únicos jogadores chamados para a seleção brasileira que enfrentou a Venezuela foram o Belletti e o Gilberto Silva. Os dois são reservas da seleção. Mesmo considerando que um ou outro merecia a convocação, como o França, o fato demonstra que a principal qualidade dessas equipes é o entrosamento. Não se faz um grande time com apenas jogadores famosos e individualmente excelentes. O craque precisa de uma boa estrutura coletiva para brilhar. Essa é a lição do Campeonato Brasileiro. Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras; para ler colunas anteriores, clique aqui.
| | |
P.Caro Tostão, qual a receita para a seleção brasileira fazer em seis meses algo a fim de evitar uma frustração do povo brasileiro na Copa do Mundo? Vinicius Maríngolo R.Vinicius, na história do futebol, há várias excepcionais equipes que somente brilharam quando começou o mundial, como as seleções holandesas de 74 e a brasileira de 70. A seleção atual tem condições de melhorar muito, desde que o técnico melhore a convocação, escalação e a postura tática da equipe. O Brasil pode adotar um esquema mais agressivo, sem fragilizar a defesa, como faz a Argentina. P.Tostão, meu caro, por que o Carlos Alberto Parreira se mantém nas paradas de sucesso mesmo depois de oito anos de críticas sempre bastante fortes por toda (ou quase) imprensa? O que ele fez desde que ganhou a Copa do Mundo de 1994? Carlos Alexandre Bacci R.Carlos, Parreira realmente só brilhou na Copa de 94, apesar de muitos dizerem o contrário. Nos clubes, foi um técnico comum. O que o distingue de outros é o preparo teórico bem superior, a postura elegante e ética e a capacidade de se expressar corretamente. Além disso, a média de qualidade dos técnicos brasileiros é ruim. Daí, sempre lembrarem do Parreira, porque ele já foi campeão do mundo.
| | |