Tempo de mudanças
Dizem que o Brasil é o país do futebol. Já foi. Nos últimos 30 anos, a seleção brasileira venceu somente uma Copa do Mundo. Nunca ganhou uma medalha de ouro nas Olimpíadas.
O país do futebol foi substituído pelo da bagunça dos calendários, do desrespeito ao torcedor e das falcatruas.
As CPIs estão confirmando o que se suspeitava: passaportes falsos, tráfego de menores para o exterior, transações irregulares de jogadores, com evasão de divisas, caixa dois, enriquecimento ilícito, "laranjas", suspeitas de contratação e convocação de jogadores para atender interesses de empresários e muitas outras coisas.
Além de punir os infratores, as CPIs vão legislar e desencadear uma nova postura ética no futebol. Os dirigentes e todos os profissionais, em todas as áreas ligadas ao futebol, mudarão seus comportamentos.
Isso já está acontecendo. A divulgação das mudanças, pela Comissão de Reestruturação do Futebol Brasileiro, é consequência da falência dos clubes e da pressão das CPIs e de toda a sociedade.
A resolução de que os clubes não poderão jogar mais de duas vezes por semana, de que haverá ascesso e descenso, turno e returno no Campeonato Brasileiro, que a lei escravagista do passe vai terminar no dia 26 de março e outras medidas são apenas o início das transformações no futebol.
Por outro lado, foi uma injustiça não colocar o São Caetano, vice-campeão da Copa João Havelange, na Série A do futebol brasileiro. Por causa de pressões políticas e de ações na Justiça, o time do ABC e o Juventude podem completar os 28 participantes no campeonato nacional.
Pelo novo regulamento, cairão quatro e subirão dois. No ano que vem, serão 24 ou 26. Essa regra deveria ser mantida pelo menos até ficarem somente 20 clubes na primeira divisão, 20 na segunda e 20 na terceira.
Assim como as CPIs no futebol, o Ministério Público está desencadeando mudanças no governo e em toda a sociedade. O final do túnel está mais distante e menos escuro.
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras; para ler colunas anteriores, clique aqui.
| | |
P.Tostão, primeiramente, gostaria de lhe parabenizar pelos seus comentários. Mas vavos a minha pergunta: o senhor não acha que o Djalminha e o Flávio Conceição têm vaga na seleção? E o senhor acha que o Ronaldo voltará a ser o fenômeno outra vez? Felicidades. Sócrates (Salvador) R.Flávio Conceição, não. Djalminha, Ricardinho do Corinthians e Alex estão mais ou menos no mesmo nível. Gosto mais do Ricardinho. Os três são canhotos e jogam na mesma posição. Além deles, ainda tem o Rivaldo, que é o melhor de todos. Ronaldo certamente voltará a jogar, mas é uma incógnita se terá a mesma qualidade técnica. É mais provável que sim. P. Oi, Tostão, gostaria de saber sua opinião a respeito do futuro da seleção brasileira nas mãos de sistemático Emerson Leão. Jair Soares de Alvarenga Junior R.O futuro é incerto, principalmente por causa da indefinição do time e do elenco. Além disso, teremos de contar com a sorte. Se Romário, Rivaldo e os dois Ronaldos estiverem em forma na época da Copa e afinados taticamente, o Brasil passará a ser o principal favorito, mesmo com deficiências na zaga e no meio-campo. | | |