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Nova decepção

A seleção brasileira novamente foi decepcionante. Evidentemente, a altitude atrapalhou, mas o time foi tão ruim, tão medíocre, que os 2.800 metros de Quito ficam em segundo plano.

Com exceção do Rogério Ceni, que não teve culpa pelo gol, os outros jogaram muito mal. Lúcio e Émerson pelo menos vibraram com o jogo. Os outros nem isso.

Romário não pode entrar em campo somente para fazer gols, como disse. Nem sempre isso é possível, principalmente quando a equipe não pressiona o adversário. A bola não chega na frente. Nos últimos 15 minutos, foi só o Brasil pressionar que Romário criou duas chances de gol.

Quando as coisas estiverem tão ruins como estavam, Romário, craque como é, mesmo com 35 anos, tem de recuar, armar as jogadas e procurar outros caminhos.

Rivaldo, Juninho e Ronaldinho, três meias talentosos, foram péssimos. Ronaldinho não sabia nem qual era sua posição - totalmente perdido.

O mais grave é que não foi uma partida atípica, mas a repetição das péssimas atuações, em quase todos os jogos das eliminatórias. A heróica partida contra a Argentina e as vitórias contra Venezuela e Bolívia foram exceções.

São vários os motivos de tantas deficiências: falta de jogadores excepcionais, de uma tática definida, de treinos, de um calendário decente, de definição de um time e de envolvimento emocional de jogadores com a seleção.

O Brasil joga, hoje, um futebol previsível. Os adversários sabem como marcá-lo e não têm mais medo. Em outras épocas, só pensavam em se defender e anular as jogadas brasileiras. Hoje, procuram a vitória.

A solução não é barrar os jogadores mais famosos, que continuam brilhando nos clubes, como Roberto Carlos, Cafu e Rivaldo. Eles só atuarão bem quando o time entrosar. Em vez de desprezá-los, é preciso recuperá-los. O Brasil só vai voltar a brilhar se escalar os melhores jogadores.

Como diz a manchete da Folha de S.Paulo, "Só falta perder para a Venezuela". Triste!
Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
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P.Quem organizaria um campeonato com trez divisões, no máximo 16 clubes e com descenso de 4 clubes? Entendo que essa seria a forma de refazer o futebol no Brasil. Abraços.
Laércio Pires Cardoso


R.Acrescentaria que o torneio deve ser por pontos corridos. Os mais bem classificados teriam o direito de participar de vários outros torneios no ano seguinte. Soluções: entregar a direção para profissionais ou exigir mudança de comportamento dos dirigentes. Não podem ser aliados do clube. Têm de defender os interesses do futebol.

P. Tostão, nos VTs da Copa de 70, vejo que a seleção, além de ter craques, era treinada. Agora, não é faltam só craques. Também não é tempo para treinar, pois, se o tempo de treino encurtou, as técnicas de treino evoluíram. Que aconteceu?
Luiz Antonio


R.Caro Luiz, Quando dizem que a seleção de 70 foi excepcional só porque tinha craques, cometem uma injustiça com o Zagallo. Era uma equipe muito bem treinada, disciplinada, com preparo físico e craques. A seleção atual tem poucos (somente Romário e talvez Rivaldo), não tem conjunto, nem estrutura tática. Concordo que não é só por falta de treinos. É, principalmente, por indefinição.