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Corrida de cavalo termina com mortes de animais e abala ricos da Austrália

Do UOL, em São Paulo

12/11/2014 06h00

A Melbourne Cup é uma mistura de Carnaval fora de época, luxo e apostas. Uma das mais tradicionais corridas de cavalo do mundo, realizada na Austrália, para o país inteiro uma vez ao ano, na primeira terça-feira de novembro. Mas a última edição terminou afundada em tristeza. A morte de dois cavalos após a corrida chocou os australianos e levantou diversas questões sobre o evento. Uma semana depois, o clima ainda é de luto.

Para se ter ideia da dimensão do evento disputado na pista de 3,2 mil metros de Melbourne, a premiação supera a casa dos R$ 15 milhões. São consumidas 46 mil garrafas de champanhe, 9 mil ostras e 155 kg de chocolate pelas mais de 300 mil pessoas que presenciam a corrida. A disputa mais tradicional acontece às 15h do horário local.

Neste ano, contudo, a festa dos australianos foi abalada por duas notícias duras pouco depois da corrida principal. O cavalo japonês Admire Rakti, um dos favoritos, morreu assim que chegou a sua baia por culpa de uma falência cardíaca, após passar mal e ficar em último. Pouco depois, foi a vez de Araldo ser sacrificado devido a uma lesão incurável na pata traseira. O motivo da lesão: ele se assustou com a bandeira tremulada por um torcedor e se chocou com uma cerca.

O país, então, passou a viver uma discussão sobre os níveis de exigência a que os cavalos são submetidos, além da proximidade de torcedores com as montarias após a corrida. Os organizadores já falam em proibir bandeiras e outros objetos que possam assustar os cavalos. Um evento no Japão para promover a categoria foi cancelado em respeito à morte de Admire Rakti.

Até um exame antidoping de rotina feito no cavalo japonês é aguardado com expectativa pelos organizadores, no intuito de tentar amenizar sua morte súbita. Cenário totalmente oposto ao vivido por aqueles que anualmente se aglomeram em pistas de corrida nas principais cidades do país para apostar, beber e comer do bom e do melhor e desfilar suas belas roupas.

A Melbourne Cup para toda a Austrália. As demais cidades também promovem suas corridas ao longo de todo o dia, mas no horário da famosa disputa todos os telões se concentram na prova de Melbourne. Entre champanhes e ostras, o público aposta em seus cavalos preferidos, mesmo sem entender nada do tema: muitas vezes, a escolha é pelo nome mais simpático.

Como acontece numa terça-feira, o evento costuma desacelerar a economia australiana durante quatro dias. O “feriado prolongado”, segundo pesquisa recente, faz com que o país deixe de produzir cerca de R$ 2,2 bilhões. Desta vez, no entanto, a festa ganhou contornos de tristeza. E a ressaca não foi causada apenas pelas 46 mil garrafas de champanhe.