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Indy muda roteiro após três anos e vê sua melhor corrida em São Paulo

Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

06/05/2013 06h00

A história da etapa brasileira da Fórmula Indy nos últimos três anos poderia ser resumida em dois fatos: chuva e vitória de Will Power. Em 2013, a prova finalmente fugiu desse roteiro e se tornou a mais emocionante já realizada pela categoria em São Paulo.

Apesar do fracasso dos pilotos brasileiros, a vitória conquistada pelo canadense James Hinchcliffe com uma ultrapassagem na última curva da última volta sobre Takuma Sato empolgou o público brasileiro, que desta vez não precisou encarar chuva em nenhum dos dois dias da programação.

“Foi a primeira vez que não teve chuva nenhuma e que o Power não ganhou. Acho que deve haver uma relação entre essas duas coisas”, brincou o vencedor Hinchcliffe. “Ainda bem que não choveu, a última coisa que a gente precisava era outro elemento surpresa”, completou o canadense após a épica vitória.

“Até a última curva, achei que não iria conseguir. Sem dúvida foi um grande momento, ganhar uma corrida na última curva da última volta é a melhor sensação que posso ter. Foi um show bonito desde o começo, com várias ultrapassagens. Vou me lembrar para o  resto da vida”, concluiu Hinchcliffe.

Novo líder do campeonato após o amargo segundo lugar em São Paulo, Sato evitou se lamentar e também elogiou o espetáculo: “As últimas voltas foram bem divertidas, é uma pena que eu tenha perdido na última curva da última volta. O que importa é que os fãs gostaram muito, acho que isso mostrou o quanto a Indy é divertida. A vitória seria melhor, mas briguei muito na pista hoje”.

Em uma corrida cheia de acontecimentos, alguns pilotos sempre saem prejudicados. Um deles foi Tony Kanaan, que era a maior esperança de vitória brasileira. Ele chegou a liderar a prova, mas sofreu uma pane seca. “Pelo número mostrado no volante, a gente achou que tinha mais combustível do que realmente tinha”, lamentou o baiano, que parou na reta do Sambódromo e precisou ser rebocado.

“Mas não adianta só eu ser perfeito, tenho que apoiar minha equipe. A corrida é um esporte de equipe. Infelizmente, o cara da estratégia, que sempre me ajudou muito, cometeu um erro. Tenho que perdoar. Ganhamos junto e perdemos junto”, completou Kanaan.

O azar também perseguiu a brasileira Bia Figueiredo, que abandonou com problemas mecânicos na sexta volta, e o então líder do campeonato Helio Castroneves, que perdeu a posição para Takuma Sato após ficar com a 13ª colocação.

“Eu estava sendo tocado, estava tocando, estava uma confusão lá atrás, era uma briga. Foi uma pena, tínhamos carro para terminar na frente”, lamentou Castroneves, que fez um alerta sobre o novo líder: “Tem que abrir o olho com esse japonês, porque ele já abriu”. Ao final da entrevista coletiva de encerramento do evento, Helio perguntou aos jornalistas se a corrida havia sido emocionante, e foi consolado com um aplauso.