O governo de São Paulo decidiu pela interrupção das competições esportivas no estado devido ao aumento do número de casos e de mortes pela covid-19, seguindo uma recomendação do Ministério Público, mas a decisão deixou uma série de dúvidas em relação a treinamentos, outras competições que não o Campeonato Paulista, além da possibilidade de que os jogos venham a ser realizados em outro estado.
No podcast Posse de Bola #107, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira comentam a paralisação do futebol por 15 dias em São Paulo, que só ocorrerá depois dos jogos programados para o fim de semana.
Juca Kfouri chama a atenção para as indefinições na decisão tomada pelo governador João Doria (PSDB) e diz não ter segurança de que as autoridades não voltem atrás na segunda-feira, quando há uma nova reunião envolvendo dirigentes da Federação Paulista, dos clubes e do próprio governo.
"O Príncipe de Maquiavel já ensinava que o mal se faz de uma vez só e o bem você vai fazendo aos poucos. Por que vamos ter jogos no sábado e no domingo se há uma conclusão de que o futebol deve parar? Já devia ter parado. Fica uma coisa aparentemente do goleiro que sai mal do gol e volta, do zagueiro inseguro, do atacante que não chuta, é uma vontade de querer agradar gregos e troianos, a servir a dois senhores, tem que se definir de que lado está. Se vai fazer a coisa completamente ou vai fazer aos poucos", diz Juca.
"Eu acho isso, ou você faz de uma vez ou não faz, essa coisa do vai mas não vai, finge que vai mas não vai, isso é bom para ponta-direita, para governante não. Eu quero ver se sustentar essa decisão, não estou convencido que vá, gostaria que sustentasse, mas não estou convencido", completa.
Mauro Cezar Pereira também tem dúvidas se a decisão de paralisar o futebol em São Paulo será mantida e vê o uso político no momento, como com outros fatores da pandemia, dizendo que sua impressão é que a medida é tomada pelo governador paulista visando fins eleitorais em 2022.
"As medidas são todas políticas, é claro que essas movimentações do governador de São Paulo vêm a reboque da recuperação dos direitos do Lula com relação às eleições. Era BolsoDoria e há um ano pelo menos tenta se descolar do Jair Bolsonaro (sem partido), virar antagonista. Com o surgimento do Lula (PT), o que disse ele ao Estado de S. Paulo, 'olha, são dois extremos, um à direita e um à esquerda', mas na época lá ele dizia que o Bolsonaro era centro-direita, tem gravação disso, e 'um homem de bem'. E ele quer se estabelecer como alternativa, uma terceira via, está o tempo todo mirando as urnas. Aliás, todos estão mirando as urnas, 90% ou mais das reivindicações de para e fecha tem viés político tremendo", diz Mauro.
"Eu acho sinceramente que a possibilidade de voltarem atrás é muito grande porque as decisões são muito mais políticas do que qualquer outra coisa e se em algum momento o governador e seus pares perceberem que flexibilizar e permitir o futebol é interessante, eles vão concordar com a continuação do futebol, o futebol está no meio desse grande rolo", conclui.
Além do tema, o programa também analisa a atuação do Palmeiras em sua primeira vitória pelo Campeonato Paulista, atuando com os reservas diante do São Caetano, o São Paulo buscando reforços, o Flamengo negociando jogador, o momento do Corinthians e ainda a situação do Cruzeiro.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter).
A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts. Você pode ouvir, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube --neste último, também em vídeo. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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