Mauro Cezar: Palmeiras é o samba de uma nota só, joga do mesmo jeito

O Palmeiras sofreu sua segunda derrota seguida como mandante no Campeonato Brasileiro com os 2 a 0 para o Cuiabá na manhã de ontem (22), quando sofreu um gol logo no primeiro minuto e, mesmo tendo a bola e atacando o time adversário, não conseguiu chegar ao empate, cenário que já ocorreu em outras partidas na temporada do time comandado por Abel Ferreira.

No podcast Posse de Bola #134, Mauro Cezar Pereira afirma que a forma de jogar do Palmeiras é muito dependente de um cenário como o das quartas de final da Libertadores contra o São Paulo, quando o time alviverde saiu na frente e aproveitou os erros do adversário para aumentar sua vantagem, tendo o controle do jogo.

"O caso do Palmeiras, o Palmeiras depende muito do roteiro do jogo contra o São Paulo, que é um gol no começo, a vantagem para especular. O Palmeiras joga assim, gente, abre a vantagem e especula. E foi o que aconteceu contra o São Paulo, com um gol no início e ainda assim o São Paulo poderia ter reagido se o Pablo não fosse um jogador tão inconstante, para dizer o mínimo, ou constante", diz Mauro Cezar.

"O Palmeiras consegue fazer o placar de 3 a 0, uma atuação ótima, tudo funcionou muito bem e tal. Ontem foi tudo o contrário, o gol de saída foi do Cuiabá, o Cuiabá não matou o jogo também porque faltou qualidade aos seus jogadores, como faltou ao Deyverson, foram seis finalizações do Deyverson, cinco grandes chances com o centroavante que veio do banco e ele perdeu todas", completa.

O jornalista afirma que o Palmeiras poderia utilizar uma formação com Dudu, Gustavo Scarpa e Raphael Veiga, como teve durante o segundo tempo contra o Cuiabá, mas é preciso que o trio seja treinado para atuar assim.

"Essa formação que tem Dudu, Scarpa e Veiga é interessante se for treinada, se ele trabalhar nessa direção. Ele pode ter dois volantes, esses três meias e ter um centroavante. Para determinados jogos, em que você quer envolver o adversário, trabalhar com a posse de bola, os três têm condições de fazer uma jogada individual, colocar um companheiro na cara do gol, fazer uma tabela, uma triangulação, o Dudu na esquerda, Veiga na direita e Scarpa por dentro, podem trocar de posição, mas tem que treinar isso. E tem tempo, tem uma semana inteira", diz Mauro.

"Pensa bem, quem não gostaria de ter esse trio à frente de dois volantes e atrás de um centroavante? Pode ser o Luiz Adriano, pode ser o Rony, que já jogou por ali em jogos em que você queira um cara mais móvel, de velocidade. Ele tem jogadores muito bons nas mãos, mas o Palmeiras é um samba de uma nota só, ele joga do mesmo jeito, e quando o adversário se vê no papel de Palmeiras, que é estou ganhando, estou me defendendo, mas não tenho o Rony, se eu tenho o Rony ou o Wesley, aí você vai estar ferrado", completa.

O jornalista afirma que o Palmeiras, apesar da classificação na Libertadores, vem jogando mal e o técnico Abel Ferreira é elogiado pelo jogo com o São Paulo, como se não tivesse participação nas derrotas no Mundial de Clubes, na Recopa Sul-Americana, na Supercopa do Brasil, além da eliminação na Copa do Brasil para o CRB.

"A quantidade de elogios ao Abel Ferreira foi uma coisa absurda. Ele foi inferior ao Crespo em praticamente todos os embates que eles tiveram esse ano, exceto o de terça-feira, que tem uma relevância maior, claro que tem, mas as pessoas tiram do contexto, ignoram as derrotas para Defensa y Justicia valendo taça, Flamengo valendo taça, eliminação para o CRB, o fracasso no Mundial de Clubes retumbante, tudo isso aconteceu com as digitais do técnico português", diz Mauro.

"Um jogo basta para que ele vire algo maravilhoso e tudo fique esquecido, é muita boa vontade, é uma verdadeira tropa de choque de defesa dessa ideia do Abel Ferreira.Oo Abel Ferreira deixa muito a desejar. Ele ganhou a Libertadores, o Bauza também ganhou uma Libertadores, o Rueda também ganhou a Libertadores. E daí? São fantásticos por conta disso? Não, acontece", conclui.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter).

A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts. Você pode ouvir, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube --neste último, também em vídeo. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.