A seleção brasileira venceu ontem (9) o Peru por 2 a 0, chegou a oito vitórias consecutivas nas Eliminatórias Sul-Americanas e encerrou a semana de data Fifa com a vaga bem encaminhada na Copa do Mundo do Qatar, mas Neymar roubou a cena depois da partida na Arena Pernambuco, não exatamente pela atuação que teve, com gol e assistência, mas pelo desabafo de que não é respeitado apesar do que faz com a camisa da seleção.
No podcast Posse de Bola #159, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira analisam as declarações do camisa 10 da seleção brasileira, a vitória e a atuação diante do Peru, além de outros temas de destaque da semana no futebol brasileiro, como a discussão sobre volta do público aos estádios que opõe o Flamengo e os demais 19 clubes da Série A, o jogo do clube rubro-negro com o Palmeiras e as contratações dos técnicos Fábio Carille, pelo Santos, e Fernando Diniz, pelo Vasco.
Arnaldo Ribeiro afirma que não gosta de dar tanta atenção a Neymar em relação ao que faz fora de campo, critica a falta de amadurecimento do jogador e ressalta como o desgosto a ele por parte de outros jogadores, torcedores e até mesmo as críticas da imprensa são reflexos do que o próprio atleta faz.
"Eu não gosto nem de falar do Neymar fora de campo, porque o Neymar fora de campo não acrescenta nada, é um personagem insignificante, que não tem empatia, não tem noção, não cresceu, é infantil, e aí, dentro de campo, o que chama a atenção é que ele, desde que ele começou a jogar futebol até agora, ele não amadureceu nem um centímetro. Todo adversário dele, pode ser peruano, chileno, argentino, russo, croata tem 'raiva' dele e não porque ele joga pra caramba, porque ele não respeita o adversário", diz Arnaldo.
"Seja pela jogada de efeito, seja pelo conflito o tempo todo. Mão na cara, xingamento e tudo mais, os caras não suportam ele e ele que provocou isso. Isso eu estou falando dentro de campo, ele que provocou isso, e era assim na Espanha, é assim na França, não é um jogador, um time, uma seleção. Ninguém gosta do cara", completa.
Arnaldo: "Neymar ficou p da vida porque foi chamado de gordo"
O jornalista afirma que apenas algum tempo depois da partida chegou à conclusão de que o que tirou Neymar do sério foi terem dito que ele estava gordo durante o jogo contra o Chile, na semana passada, ressaltando o quanto a vaidade afeta o jogador.
"O Neymar é mais claro nas redes sociais, postando do que na conversa, que ele tem muita dificuldade de falar. O que foi o desrespeito para ele foi terem chamado o cara de gordo. A vaidade do ser humano é uma coisa absurda, do atleta brasileiro, jogador de futebol, é muita, e nós já tivemos outros gordinhos brilhantes na história do futebol brasileiro. O Neymar não esta gordinho, mas ficou p da vida porque foi chamado de gordo, pisaram no calo do Neymar", afirma Arnaldo.
"O cara ficou bravo porque chamaram ele de gordo. Aí ele posta que o gordinho está não sei o quê, foto toda hora com o abdômen, faz o gol, tira a camisa. Porque ele é a vaidade em pessoa, ele se considera o sex symbol do Brasil e chamar ele de gordo é pior do que chamar de firuleiro, de carniça, de encher o saco do adversário, de pouco coletivo. Tudo isso que a gente falar do desempenho dele em campo e das atitudes dele em campo não vai atingi-lo se a gente chamar ele de gordo", conclui.
Juca: 'Neymar voltado para si reflete na simpatia e antipatia das pessoas'
Para Juca Kfouri, Neymar muitas vezes é cobrado para que faça mais devido ao talento que tem como jogador, ao mesmo tempo em que compromete suas atuações com atitudes como a que rendeu o cartão amarelo no jogo com o Peru ao atingir o rosto de um jogador adversário, além do individualismo que acaba levando à antipatia que alguns têm por ele, citando ainda o quanto incomoda a falta de atitudes que simbolizem que ele é brasileiro e tem empatia com o povo do seu país.
"Pelo talento que ele tem, se espera dele muito mais do que ele faz e se espera dele não apenas que ele jogue para ele, mas que ele jogue para o time. Eu tenho para mim que o próximo jogo do Brasil contra a Venezuela, dia 7 de outubro, na Venezuela, provavelmente será a melhor atuação da seleção brasileira nessas eliminatórias porque sem ele. Ele está suspenso porque mais uma vez não foi capaz de controlar os nervinhos. Mais uma vez deixou o braço no rosto de um adversário, ainda deve dar graças de não ter sido expulso, porque poderia ter sido", diz Juca.
"Ele precisaria, e isto ele não vai conseguir, já está na cara, ter mais empatia com o povo brasileiro. O Brasil vive a situação que vive e ele é incapaz de uma frase, de um gesto, de alguma coisa que lembre ao país que ele é um dos nossos, que ele é brasileiro em meio à pandemia. Então é isso, ele é essa figura voltada para si mesmo. Até no gesto que ele tentou de solidariedade ao Pelé foi uma coisa esquiva, uma coisa de esguelha, porque ele é voltado para si mesmo, ele é voltado para o próprio umbigo e isso reflete na simpatia e na antipatia que as pessoas têm por ele", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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