OPINIÃO
Posse de Bola #196: Violência na Copinha, Endrick fora do Mundial e 'golpe' rejeitado no São Paulo
Do UOL, em São Paulo
24/01/2022 12h38
A definição do Palmeiras classificado para a final da Copa São Paulo diante do São Paulo no clássico disputado no último sábado (22) na Arena Barueri teve nos instantes finais a invasão de torcedores do clube tricolor, além de uma faca encontrada no gramado que, segundo a súmula, foi lançada das arquibancadas.
No podcast Posse de Bola #196, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira comentam o episódio e as consequências em relação aos torcedores e ao São Paulo, além de também comentarem a classificação palmeirense e o veto do técnico Abel Ferreira à possibilidade de Endrick ir ao Mundial de Clubes.
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Para Juca, o episódio da invasão de gramado e a faca demonstram a falência do modelo de torcida única adotado em São Paulo, considerando que o problema não foi resolvido com esta medida, se fazendo necessária a mudança para uma política de prevenção da violência no futebol.
"A decisão da torcida única é a decisão do incompetente, que é incapaz de resolver o problema e por não ser capaz toma a decisão de proibir é que a gente vive essa situação. Na verdade, esses incompetentes ficaram muito felizes com a pandemia que fez com que os estádios ficassem vazios, era a solução que eles sonhavam", diz Juca.
"Temos este episódio em que se revela a falência da fiscalização porque alguém entrou com uma arma branca no estádio. Não está claro que tenha sido algum dos invasores, ao que tudo indica, alguém jogou uma faca no gramado, mas desmoraliza completamente a política da torcida única. O que era necessário era ser capaz de estabelecer uma política de prevenção, de observação, de educação e de repressão, coisa que as nossas autoridades até hoje foram incapazes", completa.
Mauro Cezar também comenta a possibilidade de punição do São Paulo pelos atos de seus torcedores e afirma que quem precisa ser punido são os que invadiram o gramado e, caso identificado, o responsável por lançar a faca no gramado, ressaltando também que houve falha na fiscalização por parte de quem deveria evitar a entrada de uma faca no estádio.
"Acho essa coisa de punir o clube incondicionalmente um tanto quanto bizarra porque quem deveria ser punido é quem preta um serviço ruim, ou seja, quem se propõe a fazer segurança e permite que o cara entre com uma faca, seja em um jogo de tênis, seja em um jogo de futebol. Fica muito evidente que a segurança não foi bem feita por quem se propõe a fazer e é pago para isso", diz Mauro.
"Punir o clube é sempre uma saída também para dar satisfação para a sociedade e não resolve nada, você tem que ir em cima do cara, entrou no campo, sua vida virou um inferno a partir de agora. Na Inglaterra é assim desde que mudaram as leis em 1989, 1990. É o cara que tem que ser punido, essa é a única maneira. Se esses dois caras pagarem o pato pela bobagem que fizeram, outros vão pensar algumas vezes antes de entrar, mas geralmente entra no campo, sai e não acontece nada", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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