Posse de Bola #213: Corinthians pega o São Paulo após sufoco, Seleção goleia e Itália fora da Copa

A seleção brasileira disputou seu último jogo no país sob o comando do técnico Tite antes da Copa do Mundo e goleou o Chile por 4 a 0, em situação que serviu como despedida e festa com os torcedores no Maracanã, além de testes visando o Mundial no Qatar, considerando a classificação com bastante antecedência do time pentacampeão mundial. Quase simultaneamente, o Corinthians disputava a classificação à semifinal do Paulistão com o Guarani, em uma disputa de pênaltis na qual o goleiro Cássio definiu para o clube alvinegro.

No podcast Posse de Bola #213, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira analisam a vitória da seleção brasileira, o teste com Neymar de centroavante em ataque ao lado de Antony e Vinícius Júnior, a possível empolgação com o resultado, além da eliminação da Itália diante da Macedônia do Norte na repescagem europeia para a Copa do Mundo e a definição das semifinais do Paulistão, passando ainda pelo Gre-Nal, o Carioca, o Mineiro e a Copa do Nordeste.

Juca Kfouri considera que a vitória da seleção brasileira teve uma festa bonita e teve pontos positivos como as atuações de Antony e Vinícius Júnior, mas pondera que não dá para subir muito a expectativa a partir deste jogo devido à fragilidade da seleção chilena atual.

"Infelizmente, essa seleção envelhecida do Chile não é teste de coisa alguma. Agora, o time ganha de 4 a 0, 70 mil pessoas no Maracanã fazendo festa, foi bonita a festa, isso é absolutamente indiscutível. É gostoso ver o Antony, não tinha Raphinha, teve o Antony jogando futebol à brasileira, o Vini jogando futebol à brasileira. Entra o Pombo com vontade, faz um belíssimo gol, bela exibição, mas eu lhe pergunto. E se fosse contra a Macedônia, o que teria acontecido? E se fosse contra Portugal o que teria acontecido? Se fosse contra qualquer europeu o que teria acontecido? A gente não sabe", diz Juca.

"Esses jogos das Eliminatórias contra seleções sul-americanas, exceção feita à Argentina, e lembremos que na última vez que nos deparamos com os argentinos, a seleção argentina ganhou a Copa América no Maracanã, não dá para tirar grandes conclusões. É um time, sem dúvida tem bons jogadores. Excede? Não excede. Dá para pensar nessa seleção brasileira jogando contra a França hoje? Não dá. Como será em novembro e dezembro, veremos", completa.

O colunista do UOL afirma que não dá para comemorar muito a goleada diante do Chile, apontando que a diferença entre as duas seleções já era de se esperar.

"Não solto foguetes com a goleada sobre o Chile porque ela era absolutamente esperada, o Chile é que não irá à Copa do Mundo, o Brasil já estava mais do que classificado, jogando sem peso algum e ganhou de 4 a 0", conclui.

Arnaldo Ribeiro: São Paulo tem o favoritismo contra o Corinthians

Já em relação ao Paulistão, Arnaldo Ribeiro aponta o favoritismo do São Paulo na semifinal contra o Corinthians justamente pelo fato de poder jogar no Morumbi em partida única e com a presença de apenas torcedores são-paulinos, lembrando o tempo em que o time corintiano não vence no estádio Cícero Pompeu de Toledo.

"O favoritismo entre São Paulo e Corinthians dependia muito do campo, é uma semifinal de jogo único e torcida única, acho que faz muita diferença e tem sido a diferença. Tem sido a diferença primordial nos clássicos de São Paulo a torcida única. Acho que o Corinthians teve algumas chances de estabelecer a vantagem ou manter a vantagem da fase de grupos em relação ao São Paulo e não conseguiu, perdeu essa condição e vai jogar como visitante", diz Arnaldo.

"Nos clássicos entre São Paulo e Corinthians isso tem sido muito, o Corinthians não ganha no Morumbi desde o jogo do fair play do Rogério Ceni, do Luiz Flávio de Oliveira, do Rodrigo Caio, aquela coisa lá atrás, e o São Paulo nunca venceu na Arena Corinthians, ou seja, faz muita diferença, então sim o São Paulo tem o favoritismo por conta da sua torcida", completa.

O jornalista acredita que o técnico Vítor Pereira deve promover mudanças no time corintiano em relação ao que jogou diante do mesmo São Paulo na estreia do técnico português, com a diferença que pode fazer o físico em uma situação na qual os principais jogadores do Corinthians têm mais de 30 anos.

"O Vítor Pereira, mesmo recém-chegado, não entrará com a mesma equipe de veteranos que tem colocado em campo. Aliás, ele pode entrar com um veterano a mais na parte defensiva e com menos veteranos na parte ofensiva. Tenho a impressão de que o Fábio Santos vai jogar como titular, para não ter uma avenida no lado esquerdo, no lugar do Piton, mas eu desconfio que o Paulinho não comece jogando, porque no primeiro jogo era a sua estreia, o Corinthians foi jantado fisicamente pelo São Paulo por conta da alta média de idade do seu time titular", diz Arnaldo.

"Não é só para a semifinal com o São Paulo no Paulista, a formação do elenco do Corinthians para essa temporada é meio que demagógica, é um time difícil de se viabiliza pela média de idade para jogar todas as competições que o Corinthians vai jogar. Botaram na mão do português essa situação, ele vai ter que fazer escolhas, vai ter que começar a mesclar o time, talvez a partir do próximo sábado contra o São Paulo seja a primeira experiência, prevejo algumas surpresas para não ter um time que possa se desgastar tanto", conclui.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

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