OPINIÃO
Posse de Bola #214: São Paulo e Palmeiras decidem o Paulista, Fluminense pega o Flamengo no Carioca
Do UOL, em São Paulo
28/03/2022 11h01
A decisão entre Palmeiras e São Paulo pelo título paulista, na segunda final seguida entre os dois rivais, tem seu primeiro jogo apenas na quarta-feira (30), mas nos bastidores a disputa já começou assim que o time treinado por Rogério Ceni confirmou a classificação e o presidente Julio Casares descartou fazer o segundo jogo no sábado, pretensão do Palmeiras, já que o clube provavelmente não conseguiria receber a partida no Allianz Parque devido a um show da banda Maroon 5 dois dias depois.
No podcast Posse de Bola #214, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira comentam a classificação do São Paulo com a vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians no Morumbi e a discussão a respeito da data do segundo jogo da final. Eles também analisam a classificação do Fluminense para enfrentar o Flamengo na decisão do Campeonato Carioca e a revolta do Botafogo com a arbitragem, além do confronto entre Atlético-MG e Cruzeiro no Campeonato Mineiro.
Juca Kfouri afirma que haveria três sugestões para a definição do local do segundo jogo entre Palmeiras e São Paulo, com a primeira sendo no Morumbi e torcida única palmeirense, a segunda na Neo Química Arena e a terceira com o jogo realizado no sábado no Allianz Parque, que é o que acredita que acontecerá.
"A primeira alternativa, a Federação avisa o São Paulo que o segundo jogo também será no Morumbi, com torcida única do Palmeiras porque as autoridades assim determinam. O presidente do São Paulo, que já negou o Morumbi para a final da Copinha, não vai querer que o Morumbi seja palco de jogo de torcida única com a torcida do Palmeiras. A segunda alternativa é fazer o jogo em Itaquera, Corinthians cede o seu estádio para a torcida única do Palmeiras. É evidente que o Corinthians vai achar um motivo, vai esburacar o campo, fazer alguma coisa como já se fez no Morumbi anos atrás para o Corinthians não jogar lá", diz Juca.
"Aí a federação diz 'bom, diante disso, o jogo é sábado na casa do Palmeiras e não me encham a paciência'. Apesar de o patrocinador do campeonato ser concorrente da patrocinadora do Palmeiras, mas eu aposto que a final será sábado na casa verde", completa.
Arnaldo Ribeiro também acredita que a final será disputada no sábado no estádio do Palmeiras e que a diretoria do São Paulo provavelmente não seria enfática se o técnico Rogério Ceni não abordasse o intervalo entre os jogos na entrevista coletiva após a vitória sobre o Corinthians. Porém, o jornalista afirma que a discussão não é por razão esportiva, mas comercial e que só envolve o Palmeiras.
"Em comparação a outras decisões, desta vez não é uma questão esportiva, de outra competição, não é Libertadores, Sul-Americana, Mundial, que aliás, a tabela toda do Paulista, inclusive os clássicos São Paulo e Palmeiras, Corinthians e Palmeiras foram postergados para o Palmeiras poder jogar o Mundial e não precisar fazer clássicos próximos a datas do embarque. Então já teve uma adequação esportiva às necessidades do Palmeiras, agora é uma questão comercial do Palmeiras. Eu faria o jogo no sábado, porque acho que é a única alternativa que tem, quarta e sábado", diz Arnaldo.
"Na prática, chega a ser bizarro o time não poder jogar na casa dele, com grama sintética ou não, com um show 48 horas depois do que seria o jogo. Outra, o Palmeiras, quando fechou o show do Maroon 5 sabia que o final de semana final do campeonato estadual seria o próximo e não revelou nada, ficou na moita e agora tem um problema para resolver. A solução vai ser ajeitar o problema do Palmeiras, jogar no sábado mesmo, mas esse problema do estádio que parecia completamente resolvido não é um problema esportivo, de calendário é um problema comercial, de dinheiro", completa.
Arnaldo também lembra a alteração na tabela devido à participação do Palmeiras no Mundial de Clubes e o tempo menor de preparação para o Corinthians antes da semifinal contra o São Paulo por jogar na quinta-feira, enquanto o clube presidido por Leila Pereira atuou na quarta-feira.
"O Palmeiras jogou até agora quando quis, onde quis e como quis, e vai fazer isso de novo, mas tem que ficar claro que as vantagens esportivas dos compromissos que o Palmeiras teve nessa temporada já foram atendidas e agora é uma questão comercial, não tem encavalamento de competição, uma questão comercial que o Palmeiras deveria se virar", conclui.
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