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Arena de vôlei de praia em SP usa 2250 toneladas de areia e sofre com lei

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

11/10/2013 16h07

Para receber o Grand Slam de São Paulo, etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, o parque Villa Lobos começou a ser 'palco' de obras muito antes de o evento começar.  O tamanho da estrutura obrigou que as montagens tivessem início no dia 16 de setembro, 22 dias antes do início das disputas.

Não foi à toa: apenas de areia, material obviamente indispensável, foram mais de 80 caminhões carregados. Segundo a organização, a quantidade de areia utilizada é de aproximadamente 2250 toneladas, que compõe quatro quadras de jogos, duas de aquecimento e mais de 3.000 sacos que cercam as quadras, servindo como 'borda' de apoio.

"Foram três semanas de montagem. Normalmente, em outras etapas, fazemos em 15 dias. Mas aqui a estrutura é muito grande. Este espaço que estamos usando, na verdade são dois campos de futebol no parque. Então tivemos todo um cuidado e uma estratégia de montagem", afirmou Rodrigo Ribeiro, gerente de seleções de praia da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei). 

Um dos maiores obstáculos enfrentados na logística foi decorrente de uma lei da capital paulista que proíbe a circulação de caminhões durante boa parte do dia na Marginal Tietê. Por isso, toda a chegada dos veículos que carregavam areia e a estrutura do evento só pode ocorrer no fim da noite / começo da madrugada. 

"A logística aqui em São Paulo é um fator importante e especial. Tem a questão do trânsito, de não poder circular caminhões, e à noite de não poder fazer barulho. Tivemos um pouco de trabalho, mas a arena ficou muito bonita", completou o dirigente.

Outro fator que dificultou o trabalho de montagem foi o clima. Diante das chuvas que atingiram São Paulo neste mês, a terra do chão se transformava em lama. Com isso, a passagem dos caminhões ficou cada vez mais difícil, até o ponto em que não era mais possível passar. Alguns chegaram até mesmo a atolar.

A solução foi o aluguel de tratores, que retiravam a areia do ponto em que os caminhões paravam e levavam até o local determinado para a montagem das quadras. As toneladas de areia foram divididas por todo o espaço e, em cada uma das quadras, são vários 'andares' do material, que tem sido bastante elogiado pelos atletas. 

"A areia está gostosa, branquinha, e lembra muito a dos Jogos Olímpicos de Londres. E nosso time joga muito bem em areia fofa", afirmou o campeão olímpico Emanuel, parceiro de Alison. 

O UOL Esporte apurou que existe a possibilidade de parte da estrutura montada permanecer no Villa Lobos como 'legado'. Existe o interesse do parque e a CBV acenou positivamente para a ideia. Em Campinas, foi feito algo semelhante no Parque do Taquaral, sede da final da Copa do Mundo de vôlei de praia em maio.