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Brasil exalta força do banco após "sacode" de trio mudar rumo contra Cuba

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

07/09/2014 19h05

Se no jogo contra a Coreia do Sul a formação recheada de suplentes fez uma partida de altos e baixos e um atuação decepcionante, neste domingo foi diferente. Os jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei que vieram do banco mudaram o rumo do time que demonstrava apatia diante de uma jovem e ousada equipe de Cuba.

Após venceram o primeiro set, os cubanos lideravam o segundo por 14 a 10 e estavam empolgados por quase tudo que arriscavam dar certo, como os saques forçados. Lucarelli, o principal pontuador do Brasil na primeira fase e terceiro jogador do torneio a pontuar nos saques, não conseguia repetir o bom desempenho dos outros jogos. Para piorar, Wallace, que é um dos mais regulares e termômetros da equipe, fazia uma partida muito abaixo do potencial e foi parado algumas vezes pelo bloqueio cubano.

Bernardinho então optou pelas entradas de Lipe e Leandro Vissotto no lugar da dupla que não estava bem. E ainda promoveu a volta de Bruninho, que ainda se recupera de uma lesão no dedo da mão direita, na vaga de Raphael. Desde então o time melhorou e não houve mais trocas até a virada por 3 a 1.

Depois do jogo, os jogadores em coro ressaltaram que dá confiança saber que alguém que está de fora pode mudar a partida. Começamos mal e isso foi levando o time pra baixo e algumas alterações que foram feitas elevaram o ânimo da equipe. Mostramos cada vez mais que somos um time, tem 14 jogadores prontos, e não só sete”, comentou o líbero Felipe.

“Essa é a força do Brasil, contar com todos jogadores e mostramos a força do grupo. Um dia um jogador pode não estar bem. O Lucarelli estava se destacando e hoje não estava em um dia bom, e entrou o Lipe e deu conta do recado. É importante essa oxigenada pra quando alguém não estar bem entrar um sague novo ali, uma cara nova e mudar o ritmo do jogo, muda o ânimo. E isso tem dado resultado pra gente”, falou Leandro Vissotto.

“Pensei mais em tentar dar um choque na galera do que tecnicamente ser perfeito, paramos de errar e começamos a jogar com uma atitude mais agressiva. Estávamos nos encolhendo mais”, falou o capitão Bruninho. “Sabemos que o Brasil é isso, não são só seis titulares, são 14 e só vamos chegar lá pra frente com isso”, prosseguiu.

Lipe comentou que a questão emocional estava influenciando, vide que o jovem time cubano estava vendo tudo dar certo. Era preciso então algo a mais do que só a técnica. “Eles (cubanos) entraram sem responsabilidade, dando bomba pra cima e pra baixo. O Vissoto entrou bem e o Bruno também, é bom ver que os 14 jogadores estão prontos. É importante quem está de fora uma cabeça boa pra ver o que precisa ser feito.”

O triunfo da noite deste domingo, em Katowice, foi o quinto em cinco jogos da seleção de Bernardinho, que havia batido antes Alemanha, Tunísia, Finlândia e Coreia do Sul. Agora, na segunda fase, enfrentará os quatro classificados do Grupo C (China, Bulgária, Canadá e Rússia).

Na próxima etapa, os países de uma chave só enfrentam os da outra que vão cruzar (A contra D e B contra C) e são levados os resultados da primeira fase, exceto os jogo contra os países que foram eliminados (no caso do Brasil, serão levadas só as vitórias sobre Alemanha, Finlândia e Cuba, os outros três do grupo que passaram). O próximo jogo será contra a Bulgária, na próxima quarta-feira, às 11h30 (horário de Brasília).