Rexona erra menos, bate Molico e conquista 10ª Superliga em ginásio lotado
Havia uma década de rivalidade (a decisão foi a décima entre as duas equipes nas últimas 11 edições da Superliga de vôlei feminino). Havia jogadoras de seleção brasileira nos dois lados da quadra. Todo o contexto gerou enorme expectativa para o embate entre Rexona/Ades e Molico/Nestlé, equipes que postulavam o título nacional. Em quadra, porém, apenas as cariocas tiveram a eficiência necessária para uma final em jogo único. Com menos erros, venceram por fáceis 3 sets a 0 (25/21, 25/22 e 25/20) e fizeram a festa na HSBC Arena, no Rio de Janeiro.
Foi o décimo título do Rexona/Ades na história da Superliga, e o sétimo obtido em decisões contra o Molico/Nestlé. Além disso, as donas da casa desempataram um histórico recente (nos 18 confrontos anteriores, cada time havia vencido nove vezes).
Eram razões de sobra para pressupor uma decisão equilibrada. No fim, porém, o que ficou foi a festa da levantadora Fofão, 44, que fez neste domingo o último jogo de Superliga na carreira.
“É engraçado que eu acabei de fazer essa pergunta para as atletas. ‘Vocês achavam que o jogo ia ser assim?’ A resposta foi ‘não’. Eu também não esperava essa superioridade. Nós conseguimos incutir um pouco de dúvida no Osasco. Algumas jogadoras que vinham crescendo na reta final, como Ivna e Gabi, foram controladas, e conseguimos controlar a Thaísa, que junto com a Dani Lins, é a jogadora mais importante. Isso foi determinante”, afirmou o técnico Bernardinho.
Inflamado pela torcida, maioria absoluta na HSBC Arena, o Rexona/Ades teve mais volume de jogo desde o início. A equipe carioca mostrava eficiência no passe do fundo de quadra e fazia a bola chegar com velocidade nas mãos da levantadora Fofão. Isso fez diferença – nos contragolpes, principalmente.
No Molico/Nestlé, em contrapartida, o passe era instável. A oposto Ivna errava muito e chegou a ser substituída por Mari quando o Rexona/Ades já vencia por 13 a 7. No entanto, isso não corrigiu um problema latente na equipe paulista: com uma recepção deficiente, o bloqueio das donas da casa brilhava.
Foi esse fundamento, aliás, que aumentou a sensação do quanto Natália se multiplicou na quadra na primeira parcial. A ponteira do Rexona/Ades, destaque da equipe no ataque, acompanhou Carol, melhor bloqueadora da Superliga, e montou um paredão diante do Molico/Nestlé. As donas da casa chegaram a abrir 21 a 12, permitiram uma pequena reação e chegaram a 23 a 16.
Aí, numa parcial com a ponteira Gabi no saque, o Molico/Nestlé equilibrou e encostou. O passe melhorou, as atacantes passaram a explorar mais a quadra, e o set chegou a ficar 23 a 21 antes de o Rexona/Ades fechar 25 a 21 em 34 minutos, com cinco pontos de bloqueio (contra dois das paulistas) e 7 a 4 em pontos oriundos de erros das rivais.
Foi assim também o início do segundo set, com um bloqueio mais eficiente do Rexona/Ades e um número maior de erros do Molico/Nestlé. O time paulista desperdiçou contragolpes e cometeu falhas em lances capitais – dois erros de saque e um caso de dois toques em bola que podia ter reduzido a desvantagem para 11 a 9, por exemplo.
Entretanto, ao contrário da primeira parcial, a recepção do Rexona/Ades mostrou-se instável. Isso equilibrou o jogo a ponto de o time carioca ter desperdiçado um set point, mas não impediu as donas da casa de fecharem a parcial com vitória por 25 a 23 pouco mais de 31 minutos.?
O equilíbrio da segunda parcial apareceu também no início do terceiro set. Rexona/Ades e Molico/Nestlé trocaram pontos no início, mas depois as paulistas voltaram a errar mais. As donas da casa abriram 19 a 15 e seguraram a vantagem para fechar a Superliga com vitória por 25 a 20.
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