Enxugava o chão e lidava com as várias mulheres de um sheik no iate dele
Era 2008 quando a paulistana Simone Peres, hoje com 44 anos, decidiu procurar algo além de seu trabalho com massagem e acupuntura no Brasil. Ela acabou indo parar no spa de um navio de cruzeiro, mas foi quando tornou-se funcionária do iate de um sheik árabe que conheceu uma cultura completamente diferente da nossa. Ao UOL, ela conta detalhes do que viveu.
Sou acupunturista e, naquele ano, trabalhava em uma clínica que estava quase falindo e não me pagava em dia. Também fazia um bico de meio período como digitadora no Aeroporto de Guarulhos para melhorar a renda e ainda pegava alguns atendimentos de massagem por fora. Estava infeliz e, atrás de novas oportunidades, consegui uma entrevista para trabalhar como massagista no spa de um navio de cruzeiros.
Conquistei a vaga, mas a promessa de ganhar uma boa grana não se concretizou, pois recebia apenas uma comissão de 7% por cada massagem feita, e ainda era obrigada a vender produtos do spa, como cremes faciais e óleos de massagem, para ajudar na renda. A vida não era fácil, mas tinha suas compensações.
Em um dia de folga em Mikonos, na Grécia, brinquei com uma amiga que trabalhávamos como escravas, mas tínhamos folgas como princesa. Naquele momento, fazíamos um piquenique na praia e aquilo não tinha preço. Conheci ainda muitas ilhas do Caribe, além de mais de 40 países enquanto trabalhava em um navio de cruzeiro. Tudo mudou quando, ao visitar uma loja em Saint Martin, conheci um rapaz que trabalhava em iates e me contou que pagavam super bem.
Quando terminou o meu contrato com o cruzeiro, fui atrás disso. No total, foram sete meses procurando emprego, mas ninguém me dava nada sem ter uma carta de referência de outro iate. Só consegui esse documento após trabalhar limpando, pintando e lixando vários barcos.
Com as cartas de recomendação em mãos, fui atrás e encontrei meu primeiro emprego, em um iate ancorado em Salvador. Depois, fui para a Nova Zelândia, local em que uma outra embarcação estava, e fiquei nesse iate por sete meses. Foi quando conheci a Tailândia, Austrália, Ilhas Fiji e Cingapura.
Enxugava o chão onde o sheik passava
O barco acabou sendo vendido para outras pessoas, que o usavam direto, e comecei a ter problemas nas minhas mãos. Pedi as contas e passei 11 meses no Brasil até chegar a alta temporada na Europa, quando juntei uma grana novamente e fui para Antibes, no Sul da França. Sabia que era lá que estavam os barcos árabes.
Cheguei em março e fiz alguns serviços temporários, como trabalhar por um mês em um iate de propriedade de um sheik riquíssimo. Na época, a embarcação foi para Cuba.
Lá, eu precisava ficar na piscina do spa o tempo inteiro, sempre enxugando o chão por onde o sheik passava, além de segurar a toalha para quando saísse da piscina e também dar o sabonete líquido na hora que ele fosse tomar banho no chuveiro do spa. Esse cara tinha empregados até para recolher as roupas que largava no chão, pois não se abaixava para pegar. Também existia um funcionário especialmente designado para lavar suas costas e pés antes de ir dormir.
No futuro, quando não conseguir mais emprego na área, quero ser escritora para contar todas as minhas aventuras. Inclusive, já escrevi um livro chamado "O Diário Quântico de Sissi", mas que precisa de colaboração para ser publicado. Enquanto isso, continuo em iates, atrás de mais histórias incríveis para contar.
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