Ney Matogrosso e os últimos dias de Cazuza: 'Pedia para tomar AZT com ele'
Ney Matogrosso é o convidado do Splash Entrevista desta semana. No papo com Zeca Camargo, o cantor, que abriu o jogo sobre a nude que publicou sem querer recentemente, falou também sobre seu relacionamento com Cazuza e os últimos dias ao lado do amigo, que morreu por complicações da AIDS, em julho de 1990.
Eu tinha muito prazer de visitá-lo quando ele morava aqui perto de mim. Eu ia lá só para massagear o pé dele. Ele dizia assim: 'Passa a mão bem levinha, Ney, porque meu pé dói muito'. E eu ficava ali horas, passando a mão.
Na época, Cazuza fazia tratamento com AZT (azidotimidina), coquetel de diversas substâncias —entre antibióticos e antivirais— usado no tratamento de pessoas com HIV.
Ele queria que eu tomasse AZT com ele. Eu dizia: 'Pô, Cazuza, eu não vou tomar AZT'. Ele dizia: 'Pô, é pra gente ficar na mesma onda' (risos). Cara dele, né?
Na entrevista, Ney conta a Zeca que seu companheiro de muitos anos, Marco de Maria, sabia do relacionamento dele com Cazuza. " A gente nunca se afastou, nem quando eu estava com o Marco, que também não tinha ciúme dele", contou o cantor.
Para "Ney Matogrosso - A Biografia", livro lançado pelo jornalista Julio Maria em julho deste ano, Ney contou detalhes de algumas brigas entre ele e Cazuza: "Eu poderia esconder que nós brigamos, esconder que ele cuspiu em mim, que eu dei um tapa na cara dele. Nada disso eu precisava dizer, mas ia ficar uma coisa sem pé nem cabeça, né?".
Ney também deu detalhes do processo de criação do novo disco, o cantor abre o jogo sobre a "nude" publicada no Instagram, descreve seus últimos momentos com Cazuza e diz a Zeca Camargo quais segredos não quis contar nem em sua biografia.
Há muito interesse em cama, uma curiosidade enorme sobre isso. Sobre cama, podem desistir, que eu não vou jamais falar. Todas as pessoas que passaram pela minha cama podem dormir tranquilas.
O cantor colaborou para a produção de "Ney Matogrosso - a Biografia", livro escrito pelo jornalista Julio Maria e lançado em julho deste ano, pela Companhia das Letras, mas optou por não contar tudo: "Muita coisa eu não falei, porque são coisas que me pertencem e que eu não acho que deva falar de outras pessoas. Não tem que falar";
Colaborei no sentido em que falei: 'Olha, você precisa tomar muito cuidado com o que vai falar ao meu respeito, porque eu já vi muita mentira. Eu não posso te impedir de escrever um livro, mas você presta atenção para não ter mentiras. Contra mentiras eu posso reagir'. Então foi por isso que ele começou a me perguntar, me telefonar, com essa intenção de não ter erro. Mas a vida de uma pessoa não cabe em um livro.
No papo com Zeca, Ney descreveu a "nude" que publicou em sua conta no Instagram como um "acidente de percurso" e disse não ter problemas com a nudez: "Quem quiser me ver nu, pode ver nas fotos da Vania Toledo. Eu e a MPB toda".
'TikTok? Não sei nem o que é'
'Nu Com a Minha Música" chega às plataformas digitais com 12 faixas. No repertório, todo gravado durante a pandemia, estão clássicos da MPB, como "Sua Estupidez", "Gita" e "Espumas ao Vento". "Já que não podia fazer festa, eu fiz um disco", brincou, que explicou o critério para a escolha das músicas: "Perguntar: 'se eu fosse compositor, eu falaria isso?'.
O álbum chega com um mnidocumentário com imagens dos bastidores da gravação de "Nu Com a Minha Música". "Acho importante ter um registro, mas não tem nada de estratégia de marketing", diz o cantor. Aliás, não devemos esperar por nenhuma incursão de Ney nas novas redes sociais do momento. "TikTok? Não sei nem o que é. Sei, mas não vou lá. Eu vou muito pouco nessas coisas, até porque quando vai dá errado, né? (risos)".
Quer ouvir os sucessos de Ney Matogrosso e Cazuza? Com Amazon Music Unlimited você tem acesso a mais de 75 milhões de músicas em HD e sem anúncios. Experimente agora por três meses grátis (oferta por tempo limitado) e depois por R$ 16,90 por mês.
O UOL pode receber uma parcela das vendas pelos links recomendados neste conteúdo.