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Flavia Guerra

REPORTAGEM

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Depp ironiza ex-colegas de Hollywood: 'Tem que ter sangue de barata'

Colunista do UOL

17/05/2023 09h01

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Depois de uma noite de aplausos e alívio, Johnny Depp, 59, chegou quase meia hora atrasado à coletiva de imprensa de seu novo filme, em clara estratégia para não monopolizar a conversa e dar espaço para a diretora e protagonista francesa Maïween poder falar de sua obra "Jeanne du Barry", que traz o ator no papel do rei Luís 15 da França e seu caso de amor com a cortesã que dá nome ao filme, interpretada pela própria cineasta.

Quando chegou, o inevitável aconteceu. Johnny Depp virou o assunto com a sua volta ao estrelato após a longa batalha judicial contra a ex-mulher Amber Heard, que o acusou de ser "abusador sexual" — o ator saiu vitorioso na Justiça ao processá-la por difamação — sendo pauta das perguntas feitas pela imprensa.

Questionado sobre como se sentia sobre seu retorno ao cinema e aos holofotes após toda a tempestade, ele afirmou que não sente como se fosse uma volta porque "nunca fui embora". "Na verdade, moro bem perto", ironizou ele.

Johnny Depp disse que não se sente boicotado por Hollywood, que não o convida para papéis importantes há tempos. O último foi "Animais Fantásticos", em 2016, mas ele foi substituído por Mads Mikkelsen na sequência lançada em 2022.

"Eu não me sinto boicotado por Hollywood porque não penso mais em Hollywood" Johnny Depp

O ator, no entanto, fez questão de alfinetar. "Você tem que ter sangue de barata (ou não ter pulso) para não perceber, ou sentir, que isso está acontecendo. Claro que, quando você é solicitado a desistir de um filme por conta de algo, é apenas um monte de consoantes e vogais soltas no ar", em clara ironia sobre a demissão de "Animais Fantásticos - Os Segredos de Dumbledore". "Muita gente parou de me ligar, mas eu não fui a nenhum lugar, não fui embora."

Protestos em Cannes

Sobre os tantos protestos, sobretudo nas redes sociais, em relação à sua presença em Cannes, Depp disse que a maioria das coisas que escrevem sobre ele e sua vida é "ficção escrita de maneira horrível e fantástica".

"Se me dissessem que eu nunca mais poderia ir a um McDonald's porque em algum lugar, se você os colocar todos em um quarto, 39 pessoas me viram comer um Big Mac em loop. Quem são estas pessoas? Por que elas se importam com isso? Algum tipo de gente, um bando de gente que está atrás da luz de um computador, anônima", observou.

"Eu não sei o que se publica sobre Depp, eu não leio notícias", completou Maïween. Ontem, se alguém esperava que a abertura de Cannes com Johnny Depp, poderia ser esvaziada ou encarar vaias, o que aconteceu foi o oposto. Ao final da exibição, mais de seis minutos de aplausos a um Depp tímido e emocionado.

"Jeanne du Barry" abriu o Festival de Cannes na terça (16), com recepção positiva tanto ao longa quanto ao ator, que tem estado nas manchetes muito mais pelas polêmicas que por seu trabalho.