Miss Universo 2021: de candidata assexual até estreante, veja competidoras
Você mal piscou e tem outra edição do Miss Universo neste ano batendo na porta. Devido à pandemia, o concurso de 2020 foi realizado em maio deste ano, triunfando a mexicana Andrea Meza, que havia sido vice-Miss Mundo 2017, como a grande vencedora da noite, e deixando a brasileira Julia Gama em 2º lugar. Com o reinado mais curto da história do concurso, Andrea vai passar a coroa para sua sucessora neste domingo (12), direto de Éilat, em Israel.
Com 80 candidatas, seis a mais que em maio, a 70ª edição do evento está ocorrendo mesmo com restrições israelenses devido à variante ômicron, e vem com uma seleção de candidatas engajadas - tem desde representante da comunidade assexual até sobrevivente de ataque a bomba.
Conheça a seguir curiosidades de nove competidoras do Miss Universo 2021.
1. Miss África do Sul
A modelo e dançarina Lalela Mswane tem 24 anos e é formada em bacharel em Direito pela Universidade de Pretória, na África do Sul. Eleita em outubro, ela afirmou que gostaria de impactar na abordagem do problema de desemprego em seu país. Sua eleição, contudo, foi alvo de reações em grupos do seu país, já que o concurso teve Israel como sede escolhida.
Devido à questão palestina, alguns deles queriam o boicote do país ao Miss Universo, conforme noticiou a BBC em novembro. Mandla Mandela, neto do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, chegou a comparar a ocupação do estado israelense com o Aparthaid em seu país e pediu publicamente a não participação de Lalela no concurso. Apesar disso e da retirada do apoio do governo, a jovem embarcou rumo a Israel em busca da quarta coroa para a África do Sul.
2. Miss Bahrein
Uma das últimas candidatas anunciadas e sendo a primeira representante do Bahrein no Miss Universo, Manar Deyani, de 25 anos, é a irmã mais velha de quatro irmãos e se mudou para Dubai aos 18 anos. Ela é uma das primeiras embaixadoras da Sephora, no Oriente Médio. Graduanda em Design de Moda na American University, nos Emirados Árabes, Manar quer ter sua própria marca com materiais ecológicos e sustentáveis. Como miss, ela também deseja aumentar a conscientização sobre questões como saúde mental, igualdade e inclusão.
3. Miss Bélgica
Aos sete anos Kedist Deltour viu sua mãe ficar doente e seu pai ir morar com outra mulher. "Nesta idade, ela não percebeu o quão doente sua mãe estava por que de toda essa situação, ela não ia à escola e morava na rua", descreve o Miss Universo no perfil da jovem de 24 anos, nascida na Etiópia e sobrevivente a um ataque com bomba. Sem o pai por perto, ela teve que cuidar dos irmãos mais novos como se fosse a mãe deles.
Quando a mãe morreu, ela foi para a casa do pai e da madrasta, onde teve que trabalhar, limpar a casa, andar mais de uma hora para pegar água e ainda, levar tudo de volta na cabeça. Um dia, o pai a levou com os irmãos para um orfanato e uma família belga adotou os três, quando ela tinha dez anos. Em 2012, quando ela viu que a Miss Bélgica tinha raízes africanas, acreditou que um dia também poderia ser miss. E esse dia chegou: em março deste ano, a modelo venceu o concurso nacional.
4. Miss Brasil
Finalmente chegamos na brasileira desta lista! Teresa Santos, de 23 anos, é estudante de psicologia, empresária e modelo. Natural do Ceará, ela cresceu em contato com a natureza e acredita fortemente na sustentabilidade, de acordo com seu perfil no Miss Universo. Hoje, seu projeto social consiste em um espaço onde mulheres que vivem em contextos vulneráveis podem se profissionalizar através da moda e da costura, melhorando de vida.
Ela venceu o Miss Brasil 2021 na sua segunda tentativa, após ter ficado em terceiro lugar no Miss Brasil 2018, vencido pela amazonense Mayra Dias. A prática de competir em concursos nacionais mais de uma vez é relativamente comum em países com forte presença do mundo miss. Por exemplo, a Miss Universo 2015, a filipina Pia Wurtzbach, tentou ser Miss Filipinas Universo três vezes consecutivas, até vencer o nacional e o internacional.
5. Miss El Salvador
Alejandra Gavidia, 25, é a representante de El Salvador no concurso e diz ter uma paixão especial pela administração pública e pela política. Sabendo a fundo sobre a Agenda 2030 dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), da ONU, a jovem está concluindo seu segundo mestrado acadêmico, após a graduação em administração pública.
Sendo a primeira candidata do Miss Universo abertamente assexual, ela é fundadora do projeto "Assexuais El Salvador", que trabalha dando voz e visibilidade a grupos minoritários na comunidade LGBTQIA+, em especial, para comunidade assexuada. Fluente em inglês, ela também se comunica bem em francês e português, e participa como palestrante em eventos internacionais sobre diversidade sexual.
6. Miss Estados Unidos
Eleita em 29 de novembro, quando a maioria das candidatas já estavam no Miss Universo, a jornalista Elle Smith, 23, enfrentou uma agenda intensa para pegar um voo rumo a Israel e iniciar atividades do Miss Universo. A repórter da WHAS11, afiliada da ABC em Louisville, no Kentucky (EUA), estreou em concursos em 2021 e venceu o estadual e o nacional. Na faculdade, ela foi vice-presidente da Associação Nacional de Jornalistas Negros. Formada em jornalismo em 2020, a Universidade de Kentucky parabenizou sua vitória no Miss EUA.
7. Miss Filipinas
A filipina Beatrice Luigi Gomez, 26 anos, trabalha com desenvolvimento comunitário, é reservista da Marinha das Filipinas, e também bissexual, sendo a primeira candidata do seu país que disse, abertamente, ser integrante da comunidade LGBTQIA+ ao ganhar o Miss Universo Filipinas. Segundo informações oficiais, ela está cursando comunicação na Universidade de San Jose - Recoletos. Acostumada a ser socialmente rejeitada, ela diz que já sofreu ansiedade social por anos e tem o sonho de se tornar coach e palestrante motivacional.
8. Miss França
Natural de Guadalupe, no Caribe, a modelo Clémence Botino, 24, é uma acadêmica que acredita que a escola e a educação são fundamentais para o sucesso. Após mudar para Paris, em 2018, ela entrou em um mestrado de história da arte na prestigiada Universidade Sorbonne, e venceu o Miss França 2020, que ocorreu em dezembro de 2019. Esperando dois anos para o Miss Universo, ela testou positivo para covid-19 assim que desembarcou em Israel. Após quarentena e testes negativos, ela foi liberada para as atividades do concurso em 8 de dezembro, há quatro dias da final.
9. Miss Panamá
Brenda Smith, 27, nasceu nos Estados Unidos e é filha de pai panamenho e mãe mexicana. Aos 21 anos, ela cumpriu sua meta de visitar 21 países com uma mochila. Brenda foi bolsista de direitos humanos na ONU e é formada em jornalismo e estudos culturais. Em outubro, ela foi reconhecida como uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo, assim como Érika Hilton, Taís Araújo e Gilberto Nogueira, o Gil do Vigor, do BBB 21, dentre outros brasileiros.
Experiente em concursos, ela foi semifinalista do Miss Teen USA 2013, ficou em 3º lugar no Miss México 2020 e neste ano venceu o Miss Panamá. Uma curiosidade é que ela está disputando com a Miss México 2021, Débora Ayala, vice no ano anterior. As duas poderão ser coroadas pela vencedora do Miss México e Miss Universo 2020, Andrea Meza.
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