Ney Matogrosso sobre vício em sexo: 'Tinha que transar todos os dias'
Ney Matogrosso celebra mais um ano de vida e chega aos 81 anos hoje. Com uma trajetória profissional e pessoal cercada por inúmeras histórias marcantes, o cantor afirmou como descobriu sua sexualidade e era viciado em sexo.
Durante entrevista concedida ao Gshow, o cantor negou o vício das drogas, como o caso do LSD com que teve experiências ao longo da sua vida, e confirmou apenas sobre o sexo.
"Somente em sexo fui viciado, mas não sou mais. Tinha que transar todos os dias, do contrário não dormia, ficava ansioso. Isso foi dos 30 aos 40 anos. Naquela época não havia AIDS no mundo, as pessoas eram mais disponíveis", disse ele.
O cantor contou que odeia álcool e que já fumou, mas em um certo dia decidiu que não queria mais aquilo para a vida dele. "Joguei fora [os cigarros] e nunca mais fumei". Ao ser questionado sobre a legalização da maconha, Ney confirmou ser favorável, assim como o aborto, mas desde que seja feito tudo de forma estruturada.
Acho que tudo tem que ser liberado e as pessoas devem ser responsáveis pelas vidas delas, mas para que isso aconteça elas precisam receber educação, saber ler, escrever, entender o mundo em que vivem. Acredito que no momento em que chegar nesse patamar de civilização tem que ser tudo liberado.
No fim da década de 50, o cantor descobriu sua orientação sexual quando se mudou para Brasília, aos 20 anos. Ney é nascido na cidade de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul.
"Muitas pessoas viviam submetidas aos desejos da família. Prestava atenção nos amiguinhos desde criança, mas não concretizava nada. Realizei isso quando fui morar em Brasília, já tinha 20 anos. Não queria que fosse com qualquer um, só para fazer. Queria que fosse especial, alguém que chegou e me tocou. Eu não esperei, aí apareceu", afirmou.
Ao longo dos seus relacionamentos, ele se viu obrigado a esconder porque se envolveu com pessoas que não partilhavam da liberdade que ele tinha em se assumir e falar sobre a vida sexual, mas um fato que respeita até hoje.
"Teve gente que eu não contei, porque a família da pessoa sabia na época e ficava escandalizada com aquela situação. Por que vou falar hoje de pessoas que já morreram?", questionou ele.
Apenas com o médico Marco de Maria, o cantor dividiu o mesmo teto durante 13 anos. "Era um relacionamento aberto, mas éramos os preferidos um do outro. Transávamos muito. Ele fez o teste de HIV e testou positivo. Fui fazer o teste achando que também seria soropositivo e deu negativo. Não era para ser. Em momento algum o culpei por nada e cuidei dele até o fim. Como eu não iria cuidar?", contou.
O desejo de se tornar pai foi algo que nunca foi um propósito para o cantor. Ele acredita que "ficaria dividido" entre o trabalho e a criação de uma criança. "Acho que para educar uma pessoa você tem que estar perto vendo detalhes, a formação dela, e eu não teria esse tempo. Quando pensei nisso tinha 40 anos e estava pipocando por aí. Ser pai foi algo que passou pela minha cabeça, mas, felizmente, foi embora", afirmou.
No Santo Daime, ele começou a encontrar o equilíbrio emocional que precisava. "Toda vez que as pessoas falavam de terapia comigo, eu tremia, meus dentes batiam. Olha como foi forte. Frequentei o ritual por um ano e meio no Amazonas e parei porque achei que estava muito acelerado. Eu só via duas alternativas: me meter dentro de uma caverna até alcançar a iluminação ou ir para o mundo e eu escolhi a segunda opção, mas a meta de me aprimorar como ser humano persiste até hoje", explicou.
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