Filho de Faustão posta sobre críticas à rapidez de transplante do pai
João Guilherme Silva, filho de Faustão, repostou um story no Instagram em que pede para as pessoas se informarem sobre o processo da fila de transplante de órgãos. A publicação foi feita após uma série de publicações nas redes sociais questionaram a rapidez com que o apresentador conseguiu um órgão compatível.
O filho do apresentador publicou também um vídeo em que mostra a história de superação do transplante de coração de sua enteada, Anne, filha de Schynaider Moura.
Reação negativa nas redes sociais. Assim que foi anunciado que Faustão havia recebido o transplante de coração, diversos usuários das redes sociais criticaram o acontecimento, afirmando que o apresentador teria pulado a fila com seu dinheiro.
"Ser rico deve ser muito bom", escreveu um usuário, enquanto outro postou: "Nunca duvide do poder de compra de um bilionário".
Ministério da Saúde teve de emitir nota explicando a prioridade de Faustão. De acordo com informações do ministério, o apresentador recebeu seu transplante rapidamente devido a sua condição grave: "Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica".
Como se deu o transplante?
O Ministério da Saúde emitiu nota após Fausto Silva ser submetido a transplante de coração em São Paulo neste domingo (27) para explicar que o apresentador teve prioridade para transplante devido à gravidade de seu caso.
De acordo com a pasta, entre os dias 19 e 26 de agosto 11 pessoas passaram por transplantes de coração no país, sendo que sete foram em São Paulo, Estado que concentra o maior número de transplantes no Brasil.
Em relação ao apresentador, que foi operado hoje, a Saúde destacou que Faustão se adequava nos quesitos de prioridade para ser transplantado "em razão de seu estado muito grave". "Ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento, assim como os outros sete transplantados", diz o ministério.
O Ministério da Saúde também afirmou que a lista de espera para transplantes é a mesma tanto na rede pública quanto na privada. A ordem de preferência obedece a critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
"Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica", destacou. "Os pacientes, por meio do SUS, recebem assistência integral, equânime, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante."
Já a Central de Transplantes do Estado de São Paulo explicou que Faustão ocupava o segundo lugar na fila de espera por um coração. "A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção."
Ainda, segundo a Central de Transplantes, a equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente, que era o apresentador.
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Quero receberFaustão transplantado
Internado desde 5 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Fausto Silva fez cirurgia para receber o novo coração em 27 de agosto. O apresentador estava em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração, o que lhe colocou na lista de prioridades.
"O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição", Hospital Albert Einstein.
Segundo o Einstein, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo contatou o hospital na madrugada deste domingo para informar sobre o coração para ser transplantado no apresentador. Após a avaliação de compatibilidade do órgão, a cirurgia foi realizada e durou cerca de 2h30.
Procurados, Luciana, que é mulher de Faustão e, João Guilherme, filho do apresentador, afirmam que não vão se pronunciar neste momento.
A reportagem questionou o Hospital Albert Einstein sobre a cidade e estado de onde veio o órgão e também se há riscos após a cirurgia. O hospital afirmou que, por enquanto, só poderia informar o que fora divulgado no boletim médico. O hospital afirmou ainda que não tinha outras informações a passar após ser questionado que o doador de Faustão teria sido um homem de 35 anos.
Como funciona a doação?
No Brasil, a doação de coração depende exclusivamente da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica. A morte encefálica é definida como "morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas", ou seja, é permanente é irreversível, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Uma das dificuldades para o transplante do coração está justamente na decisão da família do doador. O índice de rejeição à doação de órgãos no país é historicamente alto: 43%, segundo o Ministério da Saúde.
Um único doador morto pode salvar mais de oito vidas. É possível doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
Exames obrigatórios. Uma vez autorizada a doação, é realizada uma coleta de sangue para a análise da presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose. Depois das avaliações, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada de órgãos.
Entenda mais sobre os critérios para doação de órgãos
Para o transplante ocorrer, o médico precisa cadastrar o paciente na lista única, que é totalmente controlada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Além disso, os dados inseridos na fila não identificam quem são os pacientes de meio particular ou da rede pública.
Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, mas pacientes que quiserem podem realizar o procedimento na rede particular, com seu médico de preferência. Independentemente da escolha, a captação do órgão continua sendo feita pela rede pública.
"A fila de transplante é uma fila comum, independentemente se o paciente entrou nela pelo SUS ou pelo convênio. Há critérios bem definidos para determinar quando chegará a vez do paciente. O critério-base é o tempo de fila. Porém, há algumas situações nas quais o paciente não consegue esperar e precisa passar na frente, sempre por gravidade". Guilherme Viganó, médico cardiologista.
A doação de alguns órgãos pode ser feita por um doador vivo, mas a maioria vem apenas de uma pessoa já morta. Neste caso, a família do possível doador deve autorizar o procedimento.
Após a autorização, é realizado exame de sangue para detectar presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose, além dos exames gerais de avaliação do fígado e rins principalmente.
A doação também é descartada com a presença de alguns tipos de tumores malignos, doenças infecciosas graves e doenças infectocontagiosas.
Apenas depois da confirmação de que os órgãos estão saudáveis, o doador é encaminhado para cirurgia de captação.
Em vida, uma pessoa pode doar um rim, medula óssea, parte do fígado e parte do pulmão (em situações excepcionais).
Já um doador falecido pode ajudar mais de oito pessoas, doando coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
A lista registrada pelo SUS segue ordem cronológica de inscrição, mas existem outros critérios além do tempo de fila, como a gravidade do caso e compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Quando um órgão é doado, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e vai à lista de espera para selecionar os pacientes mais compatíveis.
Os critérios de desempate são diferentes de acordo com o tipo de órgão ou tecido. Crianças também têm prioridade.
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