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Milton Cunha desabafa sobre sua infância: 'Eu era uma criança viada'

Na segunda (30), o carnavalesco Milton Cunha, 61, foi um dos convidados de Maria Ribeiro no podcast Par ou Ímpar. Ele desabafou sobre o início de sua vida, no norte do Brasil.

A infância como pessoa LGBTQIAP+ no Pará: "Eu era uma criança 'viada'. O eu de 4 anos já tinha esses trejeitos. Meu pai, minha mãe, meus avós ficavam apavorados".

Ele esperava apenas ter 19 anos para ir embora daquele lugar: "Eu achava que estava só passando um tempo ali, que ali era uma chuva, uma tempestade e que quando eu fizesse 19 anos, eu iria embora. Eu só tinha que sobreviver até os 19".

Reflexão sobre a vida de um gay assumido: "Esse é o dilema da gay assumida, pintosa. É sobreviver".

O surgimento do vírus HIV: "Quando vem a puberdade, quando vem a hora de 'soltar a franga', vem a AIDS. A minha juventude, o meu começo de maturidade é a solidão. Eu digo: 'Poxa, logo na minha vez?' Uma geração inteira desapareceu nos anos 80, 90, né?"

Não aproveitou a vida sexual o quanto queria: "Eu não transei o quanto eu tinha que ter transado. Eu não fiz sexo, sou filho da repressão".

O casamento de 15 anos: "Quando eu transei na plenitude da possibilidade do sexo, foi só aos 45, 50 anos. Ali foi a glória, né? Que é o meu casamento até hoje. Sou casado há 15 anos, e construo no casamento o sexo pleno total. Sou fruto de uma vida louca de sexo enclausurado".

Um recado para os preconceituosos: "As pessoas que não aceitam os direitos humanos, as pessoas que não aceitam a liberdade de ser o que se nasceu pra ser, esta gente eu não quero, eu ponho de lado. Sejam felizes, mas não cheguem perto de mim. Vocês não são minha praia, vocês não são meu grupo. A minha praia é o povo que vive e deixa viver."

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