Novo "Need for Speed" tenta renovar a série, mas derrapa em ideias ruins
Após dois anos na 'geladeira', a série "Need for Speed" retorna com a promessa de um recomeço. O novo jogo sequer tem um subtítulo - algo que não acontecia na marca desde o original em 1994. Mas todas as boas intenções da EA se perdem em meio a um mar de ideias ruins, e acabam dando forma a um game nada memorável.
Fazendo claras alusões ao clássico "Underground 2" com um mundo aberto noturno e um foco na cultura das corridas de rua, "Need for Speed" tem como seu principal ponto forte o aspecto visual.
A cidade de Ventura Bay reimagina pela enésima vez no gênero as redondezas de Los Angeles. Os gráficos e efeitos de chuva são belíssimos, mas os cenários, nada memoráveis. Sem prédios marcantes ou outros pontos de referência, a região mais parece um conjunto uniforme de ruas e estradas desinteressantes do que um celebrado ponto de encontro de corredores ilegais.
A 'carne' da experiência de "Need for Speed" está em seu modo campanha. Ao todo, são 79 eventos de corrida divididos em 5 categorias. Com exceção das provas de derrapagem e da categoria 'Outlaw', todas parecem ser a mesma coisa.
As corridas são intercaladas por cenas com atores reais, que representam os personagens mais caricatos possíveis. Assistir ao festival de 'fist bumps' é divertido, mas pelos motivos errados. Aqui, ao menos, o jogo presta homenagem à cultura das corridas de rua através de cinco ícones do mundo real, como o famoso 'tunador' de carros da Lamborghini, Shinichi Morohoshi.
Após a campanha, resta ao jogador vasculhar a cidade em busca de insossos coletáveis, como fotos de estacionamentos.
Apesar de cobrar uma conexão online, "Need for Speed" praticamente não tem um modo multiplayer. Não há, por exemplo, salas que reúnam jogadores que querem disputar corridas entre si. Para jogar online, é preciso encontrar outros corredores vagando pelo cenário e torcer para que eles estejam a fim de aceitar um desafio.
Assim, "Need for Speed" nunca sai da mediocridade. Ele permite que jogadores 'tunem' seus carros, mas com opções mais limitadas do que a série já tinha apresentado em 2004. Sequer há uma opção de transmissão manual. Ele presta homenagem a "Underground", mas não inclui os adorados eventos de drag. Ele cobra uma conexão online, mas a única diferença que isso tem na vida do jogador é o fato de ele não conseguir pausar sua partida.
O manuseio dos carros é melhor do que o visto em "Rivals", de 2013 - tanto que os eventos de derrapagem são bastante divertidos, ainda que os carros controlados pelo computador pareçam mais focados em tirar você do traçado do que em deixar suas próprias marcas no asfalto.
Ao invés de recomeçar a série em alta rotação, "Need for Speed" retorna à estaca zero ao ignorar avanços de jogos como "Underground 2", "Most Wanted" e "Hot Pursuit".
O game já está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.
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