OMS alerta para 'desvios' em estudos que envolvem edição do DNA humano
A OMS quer tentar evitar desvios na manipulação do código genético humano diante dos progressos da ciência e garantir que os avanços beneficiem o maior número de pessoas, por meio de uma série de recomendações publicadas nesta segunda-feira (12).
"À medida que a pesquisa rastreia cada vez mais o genoma humano, devemos minimizar os riscos e aproveitar a maneira como a ciência pode levar a uma saúde melhor para todos e ao redor do mundo", enfatizou a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde, dra. Soumya Swaminathan.
A implantação de instrumentos como as tesouras moleculares Crispr/Cas9, que garantiu o Prêmio Nobel de Química à francesa Emmanuelle Charpentier e à americana Jennifer Doudna em 2020, revolucionou totalmente a manipulação do genoma, gerando novas perspectivas, mas abrindo a caixa de Pandora para experiências potencialmente perigosas.
Em 2018, um pesquisador chinês causou polêmica ao trazer bebês geneticamente modificados ao mundo para torná-los resistentes ao vírus da aids, disse a Dra. Swaminathan como um exemplo de possíveis variações.
A OMS então criou um comitê, que entregou seu trabalho na segunda-feira.
Quando, em junho de 2019, um pesquisador russo, Denis Rebrikov, falou de sua intenção de fazer uma manipulação semelhante, a OMS pediu o fim das pesquisas sobre a modificação do genoma humano que é herdada.
O comitê também solicitou ao órgão da ONU que amplie seu registro internacional de ensaios clínicos no que diz respeito à edição do genoma humano e crie um específico para supervisionar a pesquisa pré-clínica, para poder atuar antecipadamente.
O comitê sugere que as autoridades nacionais e regionais facilitem a tarefa de vigilância, categorizando os ensaios clínicos que envolvem a edição do genoma humano com palavras-chave específicas que facilitem o seu rastreamento e instalando um mecanismo de avaliação que permite detectar os ensaios clínicos que podem causar problemas.
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