Sabe como a Nasa pinta seus veículos espaciais? É bem diferente de carros
Resumo da notícia
- No "A tecnologia por trás..." de hoje falamos sobre a pintura de rovers
- Trata-se de um processo de vital importância para o bom andamento das missões
- Tudo é muito bem pensado: as áreas cobertas, a escolha da cor e o tipo de tinta
- Quase tudo é feito à mãos para que a pintura sobreviva a condições extremas
Se você acha que pintar um veículo espacial é algo secundário na fabricação desses equipamentos, está redondamente enganado. A engenharia e a tecnologia envolvidas no processo de pintura de naves são algo de vital importância para o bom andamento das missões espaciais --e, vale dizer, o processo todo é bem diferente do feito em carros.
Vamos pegar como exemplo o novo veículo espacial da Nasa, a agência espacial norte-americana, que irá para Marte nos próximos anos. É previsto que o robô chegue ao planeta em fevereiro de 2021.
O processo é basicamente feito à mão. Começa com uma "pilha" de painéis de alumínio que leva quatro meses e mais de cinco mil horas para ser montada. Depois, são necessários mais três ou quatro meses para tornar a estrutura em um rover completo.
A fase da pintura
Com a estrutura montada, é a hora de pintar o explorador de Marte. A própria maneira com o robô é pintado é única. Várias partes do chassi são pintadas, enquanto outras não terão tinta nenhuma. As áreas sem tinta podem contar com caixas eletrônicas, fio ou instrumentos científicos sensíveis.
Para proteção, essas áreas são marcadas com fitas durante o processo de pintura. Tudo é feito com extremo cuidado: os cientistas não colocam só uma fita crepe no local, como fazemos em nossas casas. Eles medem a área e cortam a fita com ajuda de um computador para que o procedimento seja o mais preciso possível.
Após a colocação das fitas, os engenheiros lixam o veículo espacial para gastar o alumínio brilhante usado na fabricação --tudo isso à mão mesmo. Isso faz com que a aderência da pintura melhore.
A cor é sempre o branco, porque ele reflete a luz do sol e evita que o veículo sofra um alto aquecimento. Essa lógica é a mesma dos aviões, já que cores claras absorvem menos calor.
Diferentemente da tinta usada em carros, a que vai para os veículos espaciais é bem mais durável --ou seja, flanelinhas marcianos vão ter mais trabalho para riscar os robôs enquanto eles estiveram dando um rolê em solo extraterrestre.
É claro que a função real dessa tinta mais durável é para que o veículo aguente as temperaturas extremas registradas em Marte. Por lá, a temperatura pode variar de 21º C a -73º C.
O robô Curiosity, que está desde 2012 em Marte, está já bem desgastado, mas ainda é possível ver alguns pontos com a tinta branca usada na sua fabricação, o que mostra o quão durável é a tecnologia usada pelos cientistas.
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E óbvio que não estamos falando daquela tinta comprada em casas de construção. A da Nasa tem uma fórmula especialmente criada para aguentar as dificuldades da viagem e sobreviver às aventuras do robô em Marte. Pensa que ele provavelmente terá um pouso dramático e enfrentará tempestades de areia...
Para a tinta ser eficiente, precisa ter a espessura correta e ser aplicada de forma uniforme. Após a aplicação, a Nasa faz testes para ter certeza de que a pintura não absorve água ou outras fórmulas químicas.
É aí então que a Nasa "assa" o veículo espacial. Esse processo ocorre em grandes câmaras de vácuo: o chassi é "cozinhado" por três dias a uma temperatura de 110ºC.
Depois disso, o veículo é coberto, para proteção, e enviado para a preparação final, quando receberá novos componentes em laboratórios totalmente controlados para evitar a entrada de sujeiras.
Ao fim de todo esse processo, é só sair postando nas redes sociais #partiumarte. Ou tipo isso, né?
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