Bolsonaro, Trump e mais: casos de políticos punidos por fake news nas redes
Quatro dias depois de falsamente associar em uma live os efeitos da vacina contra a covid-19 à suposta infecção por Aids, doença causada pelo HIV, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve ontem (26) a sua conta no YouTube, com 3,5 milhões de inscritos, suspensa por uma semana. O vídeo com informações falsas também foi retirado do Facebook e do Instagram.
A medida da empresa, controlada pelo Google, significa que Bolsonaro não poderá publicar novos conteúdos, sejam transmissões ao vivo ou vídeos gravados pelo prazo determinado. A decisão não afeta o que já estava no ar antes da suspensão.
Se após esse período o presidente novamente infringir as regras, a nova punição será por 14 dias. O canal poderá ser definitivamente excluído se for reincidente pela terceira vez em um período de 90 dias.
Essa não é a primeira vez que plataformas online de interação social punem chefes de Estado por desrespeito às regras com bloqueios de contas e retirada de publicações. Parlamentares, contudo, acabaram virando as principais autoridades políticas punidas pelas empresas ao redor do mundo por violarem seus termos de uso.
Tilt listou os principais casos envolvendo políticos:
Trump, Maduro e Bolsonaro em "lados iguais"
Além de Jair Bolsonaro, outros líderes de nações acabaram alvos de ações de redes sociais e serviço de streaming de vídeo.
O caso mais icônico é do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ainda permanece banido do Twitter e suspenso até 2023 no Facebook e Instagram.
A medida aconteceu depois que ele incitou discursos de ódios e questionou sem provas o resultado das eleições de 2020. As sanções ocorreram em junho de 2020.
Pelos mesmos motivos, o republicano também teve seu canal suspenso no YouTube, em janeiro de 2021. A conta de 2,72 milhões de seguidores ainda permanece no ar e soma mais de 828 milhões de visualizações, porém sem novos vídeos desde então.
Na América do Sul, o ditador venezuelano Nicolás Maduro foi outro chefe de Estado a sofrer punição de plataforma de rede social. Em dezembro de 2020, o Facebook congelou por dias 30 e apagou um vídeo de um remédio apontado falsamente como "milagroso" pelo presidente para a cura da covid-19. A página já voltou a ser abastecida.
Já no Oriente Médio, foi o líder do Irã, Sayyid Ali Hosseini Khamenei, quem acabou sendo punido por violar as regras. A suspensão da conta ocorreu no Twitter, em janeiro de 2021, depois de publicar ameaças contra Donald Trump. A página continua fora do ar.
Parlamentares e ministros no Brasil
Depois de ter a conta suspensa no YouTube, Bolsonaro se junta agora aos filhos que também sofrerem punição semelhante em outras redes sociais.
Em julho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) teve sua conta do Facebook suspensa temporariamente após publicar supostas frases ditas pelo ditador nazista Adolf Hitler. Foi a segunda punição imposta ao parlamentar.
Um mês antes, ele já havia sido bloqueado na rede social por sete dias depois de publicar um vídeo do pai dizendo — sem provas — que metade das mortes por covid-19 não era pela doença.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não ficaram bloqueados nas redes sociais, porém ambos sofreram a retirada de publicações no Twitter após descontextualizarem um vídeo do médico Dráuzio Varella, sobre os efeitos da pandemia, em março de 2020.
O Twitter também removeu em 15 de julho uma postagem de cunho racista do atual secretário especial de Cultura, Mário Frias. A publicação afirmava que o historiador negro Jones Manoel "precisa de um bom banho".
Políticos punidos no exterior
Nos Estados Unidos, os senadores republicanos Ron Johnson e Rand Paul tiveram seus canais no YouTube suspensos por 30 dias, em julho e agosto, respectivamente. Os dois compartilharam vídeos contrariando pesquisas científicas sobre o combate ao novo coronavírus.
Enquanto Johnson usou o canal para propagar terapias alternativas para tratar a covid-19, Paul publicou um vídeo incentivando o não uso das máscaras como prevenção à infecção.
O caso mais recente nos EUA aconteceu no domingo (22), quando o Twitter congelou a conta do deputado republicano Jim Banks após se referir com uso de pronome masculino à secretária de Saúde do governo, Rachel Levine, que é uma mulher trans.
Em Portugal, o Twitter suspendeu temporariamente, em setembro, o ex-deputado de extrema-direita da Assembleia da República Portuguesa, André Ventura, após ele dizer que desejava decapitação de um membro do governo luso. A cota já está no ar novamente.
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