LG G8S ThinQ é um ótimo top de linha, mas firulas exclusivas mal funcionam
Você já pensou em desbloquear a tela do seu celular com as veias da palma da sua mão? E abrir um aplicativo ao girar o pulso, sem tocar na tela? Esses são dois diferenciais do LG G8S ThinQ, celular top da linha da LG lançado no Brasil no final de julho.
Só tem um problema: nenhum dos recursos exclusivos funciona direito. É frustrante, mas tudo bem — você pode ignorá-los e usar o aparelho como qualquer outro smartphone. Para isso, ele é ótimo, mas acaba ofuscado por outros modelos que chegaram neste ano.
Em termos de especificações, o G8S ThinQ está de acordo com os melhores celulares Android de 2019, especialmente quando o assunto é tela e desempenho. Outros recursos, como as câmeras e a bateria, deixam o smartphone da LG um pouco para trás da concorrência.
Meses depois do lançamento, o preço de entrada do G8S ThinQ ainda é alto: R$ 3.550. Você encontra modelos melhores ou semelhantes por menos, como o Galaxy S10+ (R$ 3.148), Mi 9 (R$ 2.639) e Zenfone 6 (R$ 2.699).
LG G8S ThinQ
Preço
R$ 4.299 R$ 3.550 (Shopping UOL - 06/01/2020)Pontos Positivos
- Desempenho não deve nada à concorrência
- Tela Oled é excelente
Pontos Negativos
- Controle com gestos não funciona
- Bateria sente dias de uso intenso
Veredito
Celular top de linha da LG tem ótimos recursos fora a bateria medíocre. Ele ainda traz controle por gestos e desbloqueio de tela com a palma da mão, funções que quase não funcionam, mas isso mal importa, já que elas podem ser completamente ignoradas.
O ponto alto do G8S ThinQ é a tela de 6,2 polegadas. Ela pode não ser tão grande quanto a de outros modelos que saíram neste ano, mas está de ótimo tamanho para quem usa o celular para assistir vídeos e séries.
Como ela é Oled, o contraste de cores é excelente. Isso, combinado com a resolução Full HD+, resulta em imagens detalhadas e boa visibilidade em qualquer ambiente, seja um local com muita claridade solar ou um quarto, no escuro.
Na prática, ela não difere muito do que a linha Galaxy S10 oferece, ou mesmo o iPhone 11 Pro e Pro Max, mas só de estar nessa companhia já conta como um ponto positivo.
Com 3.550 mAh, a bateria do G8S ThinQ tem uma capacidade parecida com a do Galaxy S10 e a do Mi 9, mas fica atrás de Huawei P30 Pro, Galaxy S10+ e Zenfone 6.
Durante as semanas em que usei o celular, isso significou tranquilidade para o uso moderado durante um dia. Quando o uso foi intenso, bateu aquela ansiedade de que a carga não ia aguentar até eu chegar em casa à noite — o que não chegou a acontecer.
Também não houve sobrevida para um segundo dia após uma carga. Nas ocasiões em que esqueci de colocar o celular para carregar durante a noite, de manhã ele estava com a bateria zerada, desligado.
Se você busca um sistema de câmeras versátil, o G8S ThinQ atenderá suas demandas. Na traseira do celular, há três lentes: uma teleobjetiva (12 MP), uma grande angular (13 MP) e a principal (12 MP).
Com elas, você consegue tirar fotos bem diversas do mesmo ponto. A grande angular entrega boas fotos com ângulo mais aberto, sem a necessidade de se distanciar de objetos para incluí-los na imagem, enquanto a teleobjetiva permite um zoom ótico de duas vezes.
As fotos que tirei com o G8S ThinQ me agradaram, fossem elas no escuro ou com boa iluminação. O único porém é que o modo retrato mostrou dificuldades para tirar fotos de corpo inteiro — o corte da foto precisava estar na cintura para ele fazer o desfoque corretamente.
A câmera frontal, de 8 MP, também tirou selfies de ótima qualidade. Para testá-la, fiz várias fotos contra o sol, tipo de situação que não é ideal. Com ajustes de HDR, os retratos ficaram com a luz bem equilibrada, apesar do holofote solar atrás da minha cabeça.
Tanto a câmera traseira, quanto a frontal, contam com a inteligência artificial da LG, que ajuda com ajustes automáticos para melhorar suas fotos em cenários diversos.
Os vídeos gravados com ela também ficaram bons. Um exemplo foi a apresentação do G8X ThinQ.
Outro ponto forte do G8S ThinQ é o desempenho, muito por conta do processador Snapdragon 855. Não cheguei a usar aplicativos muito pesados, mas aqueles que usei rodaram rápido e sem qualquer tipo de problema.
Pokémon Go abria em poucos segundos; apps mais simples como WhatsApp, Instagram, Twitter ou o navegador eram iniciados ou trocados com agilidade.
No teste de desempenho realizado pelo aplicativo Antutu, o celular da LG obtivemos resultados melhores do que os registrados com Galaxy S10+, P30 Pro e Galaxy Note 10+. Entre os smartphones Android, apenas ROG Phone II e Zenfone 6 foram melhores — os iPhones deste ano também se destacaram.
No Geekbench 4, os resultados multinúcleo foram discretamente inferiores aos dos celulares da Samsung, que tiveram vantagem na média por núcleo.
Ao comentar a aparência do G8S ThinQ, vale uma comparação com o iPhone 11. O celular da LG tem um entalhe na tela que se assemelha bastante ao do smartphone da Apple pelo tamanho avantajado.
Além do entalhe, as bordas da tela são mais espessas que as apresentadas pelos celulares de Samsung e Huawei, o que pesa negativamente para aparência do G8S ThinQ. Mesmo o iPhone, com seu entalhe grande, tem bordas mais finas, especialmente a inferior.
A traseira, por sua vez, é o destaque do design do celular da LG. Azulada, com efeito espelhado e revestida em vidro, ela dá um toque moderno ao aparelho. A câmera tripla, que no iPhone 11 Pro foi comparada a um fogão, está disposta na horizontal, logo acima do sensor de digital.
É uma decisão mais harmoniosa do que um bloco quadrado em um canto superior esquerdo, se assemelhando mais à adotada pela Samsung no Galaxy S10.
Antes de falar sobre o custo-benefício, é importante explicar qual era o intuito das firulas exclusivas ao G8S ThinQ. Eles têm como finalidade o desbloqueio da tela com as veias da palma da mão e um controle por gestos.
A lógica do primeiro recurso é simples: ao mostrar sua mão para a câmera frontal, a tela do smartphone já desbloquearia para você. É uma alternativa ao sensor de digital ou o desbloqueio pelo rosto. Mas, apesar de diversas tentativas, a função se mostrou lenta e muito mais imprecisa do que os outros métodos. Ainda fiz um recadastramento das veias da minha mão (vai que eu estava fazendo algo de errado...), mas não deu certo mesmo assim.
O Air Motion, o controle por gestos, foi um pouco melhor no teste. Dá para cadastrar dois apps para serem abertos assim. Depois, é preciso tocar na tela para ativá-los. O recurso até funcionou vez ou outra, mas era lento e também se mostrou errático. De qualquer forma, a impressão que o G8S ThinQ me passou é que a alternativa aos toques na tela será o controle por voz, não por gestos.
Um top de linha competente é uma boa descrição para o LG G8S ThinQ. Com boas especificações e diferenciais que não funcionam — e não fariam tanta diferença assim —, este modelo precisaria de um preço atrativo para se destacar.
Ele já foi lançado custando R$ 4.299, valor comparável a outros celulares da categoria. A questão é que concorrentes tinham mais a mostrar e, atualmente, eles também estão à venda por valores menores que os R$ 3.550 cobrados por um G8S ThinQ. O smartphone da LG é ótimo e não irá decepcionar compradores, mas, considerando o preço atual, há opções mais atrativas no mercado.
Sistema Operacional
Android 9.0 Pie
Dimensões
155,3 x 76,6 x 8 mm e 181 g
Resistência à água
P68, até 1,5 m por 30 min
Cor
Preto e Branco
Preço
R$ 4.299 (lançamento)
Tipo
Oled
Tamanho
6,2 polegadas
Resolução
Full HD+ (2248 x 1080)
Câmera Frontal
8 MP
Câmera Traseira
12 MP (principal), 12 MP (teleobjetiva) 13 MP (Grande angular)
Processador
Snapdragon 855
Armazenamento
64 e 128 GB
Memória
6 GB de RAM
Bateria
3550 mAh
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