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INEP começa a receber sinais do satélite NanosatC-BR1

Em Pequim

20/06/2013 01h16

(Corrige quinto parágrafo)

Rio de Janeiro, 20 jun (EFE).- O Brasil começou a receber sem interferência os sinais do NanosatC-BR1, o primeiro satélite do tipo CubeSat desenvolvido pelo país e que entrou em órbita ontem com auxílio de um foguete lançado da Rússia, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.

"Após um lançamento bem-sucedido, a estação em terra de Santa Maria (no sul do país) já recebe os dados do NanosatC-BR1", informou o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), órgão responsável pelo nanosatélite, em comunicado.

Os radioamadores vinculados às instituições que participam do projeto também estão recebendo os sinais deste satélite em formato de cubo, com peso de um quilo, e destinado à pesquisa científica, apontou o INPE.

O satélite brasileiro foi lançado ontem a partir da base de Yasny, na Rússia. O foguete russo Dnepr, no qual o satélite lançado, também colocou outros 30 artefatos similares de vários países em órbita.

O NanosatC-BR1 foi desenvolvido e fabricado por pesquisadores do INPE e da Universidade Federal de Santa Maria, sendo que sua carga útil está destinada ao estudo dos distúrbios na magnetosfera, principalmente nas regiões da chamada Anomalia Magnética do Atlântico Sul e do Eletrojato Equatorial Ionosférico.

O aparelho também conta com instrumentos para experimentar, em voo, circuitos integrados resistentes à radiação desenvolvidos no Brasil e que podem ser usados em futuras missões de satélites nacionais de maior tamanho.

Além do manômetro e do circuito integrado desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria, o satélite conta com um equipamento informático cujo software, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lhe permite se adaptar para suportar as radiações no espaço.

Este software também será testado para ser utilizado em futuros projetos espaciais brasileiros.

Apesar de ser o primeiro CubeSat do INPE, o instituto nacional já desenvolveu vários satélites de maior tamanho, principalmente meteorológicos, e é parceiro de instituições chinesas na fabricação e na operação de vários satélites de vigilância terrestre.

Estes satélites chinês-brasileiros são usados, entre outras coisas, para fiscalizar o desmatamento na Amazônia.

O CubeSat, por sua parte, é um aparato em miniatura de baixo custo projetado principalmente para aplicativos científicos por instituições acadêmicas.