Topo

Saída do presidente do canal CBS acusado de assédio sexual é negociada

O chefão da CBS Leslie Moonves, também conhecido como Les Moonves, durante conferência na Califórnia, em julho - Drew Angerer/Getty Images
O chefão da CBS Leslie Moonves, também conhecido como Les Moonves, durante conferência na Califórnia, em julho Imagem: Drew Angerer/Getty Images

07/09/2018 08h38

O canal americano CBS está negociando a saída de seu presidente, Leslie Moonves, um mês depois de seis mulheres o acusarem de tê-las assediado sexualmente, de acordo com alguns meios de comunicação americanos.

O conselho administrativo da CBS está "em plena discussão com o presidente Leslie Moonves, que resultaria na sua saída", disse o canal CNBC.

Veja também


O jornal Los Angeles Times também informou na quarta-feira sobre conversas entre a emissora e Moonves, de 68 anos, no cargo desde 2003.

Essa informação fez subir as ações da CBS na Bolsa, que havia sofrido uma forte queda após saberem das acusações, publicadas pela New Yorker em 27 de julho. Nesta quinta-feira, o título subiu mais de 3% até o meio-dia (13h00 de Brasília), a 54,66 dólares na Bolsa de Nova York.

As negociações giram principalmente em torno da indenização pela demissão que seria paga a Moonves, um ex-ator e figura-chave da televisão americana.

Segundo a CNBC, o contrato de Moonves prevê uma indenização de saída de 180 milhões de dólares. O conselho administrativo estaria oferecendo a ele 100 milhões, quase exclusivamente em ações da CBS.

Leslie Moonves continuar até agora no comando da CBS apesar das denúncias de assédio é uma exceção na era #MeToo, na qual muitos homens poderosos tiveram que deixar seus cargos assim que se tornaram públicas as primeiras acusações contra eles.

Das seis supostas vítimas de Moonves, quatro disseram que ele havia passado a mão nelas ou as beijado à força. Algumas acusações datam da década de 1980, muito antes de Moonves chegar a CBS, o que aconteceu em 1995.

Alguns atribuíram a permanência de Moonves na empresa à batalha entre a família Redstone, que controla 80% dos direitos de voto da CBS, e a junta diretiva da CBS e Moonves, sobre uma possível fusão com o grupo de meios de comunicação Viacom, também controlado por Redstone.

A família Redstone processou a CBS, acusando-a de querer bloquear o seu direito de voto.

Segundo fontes citadas pela CNBC, as negociações para um acordo amigável entre Redstone e CBS, e as de um acordo entre CBS e Moonves não estariam relacionadas.