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Coreia do Sul endurece penas por abuso sexual no auge da campanha "#metoo"

08/03/2018 18h18

A Coreia do Sul anunciou, nesta quinta-feira (8), que endurecerá as penas por abusos sexuais cometidos no local de trabalho, decisão tomada no auge do movimento #metoo no país asiático, depois do último mês onde muitas mulheres denunciaram figuras importantes da cultura e política.

A ministra da Igualdade de Gênero e Família, Chung Hyun-back, anunciou em entrevista coletiva convocada no Dia Internacional da Mulher o plano para aumentar a pena máxima por violação no ambiente de trabalho de 5 a 10 anos, assim como o prazo de prescrição do crime, dos 7 anos atuais para 10 anos.

Para casos de assédio sexual, a punição máxima passará de 2 a 5 anos e o prazo de prescrição de 5 a 7 anos, segundo anunciou Chung.

A ministra também indicou que o governo encorajará o processo criminal de pessoas ou entidades que se escondam ou ignorem abertamente este tipo de crimes e que vai cancelar automaticamente qualquer subsidio para qualquer organização privada considerada cúmplice dos mesmos.

A denúncia feita em janeiro de uma promotora contra um superior acusado de abusar dela há anos, se tornou o primeiro grande impulso para o movimento #metoo na Coreia do Sul.

Desde então, um número crescente de mulheres denunciou abusos e violações no setor privado ou no mundo da cultura e entretenimento.

Neste setor foram acusados personalidades como o poeta Ko Un, considerado um dos favoritos nas apostas para o prêmio Nobel de Literatura, o diretor Kim Ki-duk e o ator Cho Jae-hyun.

Entre as últimas figuras públicas denunciadas está An Hee-jung, um dos políticos mais populares da Coreia do Sul e considerado um futuro candidato à presidência, que renunciou na última terça-feira como governador da província de Chungcheong do Sul, depois que uma assessora disse que ele o violentou em quatro ocasiões.

An admitiu a acusação e a promotoria anunciou ontem que vai investigar o caso.

Todos os famosos acusados de assédio e abuso sexual (até agora)