Alongamento de unhas pode causar problemas como fungos e rachaduras
Quem rói as unhas ou adora vê-las bem compridas acaba recorrendo às diversas técnicas de alongamento – unhas postiças, de gel, acrílico e até fibra de vidro. As promessas vão desde o aspecto natural até a duração do esmalte, que pode ficar intacto por até quatro semanas.
Mas é preciso ter cuidado, já que, para alongá-las, são usados diversos produtos, que podem ter como efeitos colaterais fraqueza, falta de brilho e oxigenação nas unhas, surgimento de fungos e bactérias e descamação, explica a dermatologista Patrícia Mafra, da Clínica Volpe, de São Paulo.
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Reações alérgicas e dermatite de contato também podem ocorrer, segundo a dermatologista. A manicure Paloma Moura, de 24 anos, teve alergia não apenas nos dedos, mas no corpo todo. “Quando fiz pela primeira vez, tive reação alérgica, então, logo retirei o alongamento. Um dia, fazendo a unha de uma cliente, percebi, na hora, uma vermelhidão intensa. Pouco tempo depois, espalhou pelo corpo topo. Eram placas vermelhas que coçavam muito. Nos dedos, tive bolhas como se fossem queimaduras”, conta.
Não à toa, os especialistas recomendam muita atenção na hora de alongá-las. “Devido à correria do dia a dia, as mulheres estão optando pelo uso contínuo da técnica para facilitar a rotina. Só que o uso prolongado pode levar a danos nas unhas, que demoram para se recuperarem”, diz a dermatologista Mayra Tosta, da clínica OrtoDerm, de São Paulo.
O que acontece com a unha quando se faz o alongamento?
As unhas são formadas por diversas camadas de queratina -- proteína natural responsável por formar certas estruturas do corpo --, explica a dermatologista Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Qualquer alongamento é colado em cima dessa lâmina e, assim que retirado, leva junto parte da queratina. Foi isso o que aconteceu com a fisioterapeuta Carla Kassen, de 42 anos. “Decidi colocar a postiça e fiquei três meses com ela. Quando tirei, no salão, com os produtos corretos, veio o susto: a unha natural ficou fina, esbranquiçada e quebradiça. Fui à dermatologista e ela recomendou usar uma base por um ano, sem poder esmaltar”.
Escolha um bom profissional
O alongamento das unhas não pode ser feito por qualquer pessoa -- a manicure precisar se especializar no procedimento e usar os produtos certos. Cleide Souza, técnica de unhas da Kiss New York, diz que se a profissional conhece bem a técnica, o risco de algo dar errado é baixíssimo. É por isso que você deve passar longe das receitas caseiras ou kits comprados pela internet. A dona de casa Vânia Pimentel, de 32 anos, resolveu fazer o alongamento por conta própria, mas não deu certo. “Depois do procedimento comecei a sentir muita coceira, meus dedos ficaram bem inchados e então resolvi tirar”. Mesmo assim, Vânia decidiu tentar alongar mais uma vez e, já no mesmo dia, sentiu os dedos latejarem. Desta vez foi pior: “abriram rachaduras nos cantinhos e a pele ficou bem grossa ao redor. Tirei logo em seguida”.
Atenção às reações adversas
É bom ficar de olho caso apareçam problemas. O mais comum é a dermatite de contato, uma inflamação que ocorre quando a pele fica em contato com alguma substância química. Mas não é só. “Algumas vezes o material usado pode se descolar das unhas, deixando alguns orifícios. A umidade entra através deles, tornando e região o lugar perfeito para a proliferação de fungos e bactéria”, explica Thais Pepe. Para identificar, basta olhar a cor das unhas: fungos costumam aparecer como pontos pretos, já as bactérias, esverdeados. Outro fator importante está na exposição à luz ultravioleta, usada para fixar os produtos. Em pessoas sensíveis ela pode causar fragilidade na ungueal, explica Patrícia. Por isso, se perceber qualquer problema retire o material com uma profissional, já que são necessários produtos próprios para isso. Em seguida, consulte um dermatologista.
Para se recuperar dos danos é preciso cuidar
Ter as unhas naturais de volta demora um pouco – no mínimo seis meses, conta Cleide Souza. Durante esse tempo, é fundamental visitar regularmente um dermatologista para acompanhar o caso, investir em vitaminas -- como as do complexo B que incluem a biotina e a niacina -- e em uma dieta rica em ferro, além de rechear o nécessaire com bases fortalecedoras e evitar contato com produtos químicos, indica Patrícia Mafra.
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