Elisama Santos: 'Tempo de relação deixou de simbolizar atestado de sucesso'
As dinâmicas das relações vêm mudando. Casamentos duram menos, a monogamia passou a ser cada vez mais questionada e, pasmem, jovens têm se interessado menos por sexo.
Essas e outras questões foram debatidas durante a conversa "Líquidos, instáveis e de curta duração", mediada por Camila Brandalise, editora-assistente de Universa, e com participação da psicanalista e escritora Elisama Santos, do podcast "Vai Passar" e Cris Bartis, co-fundadora do podcast "Mamilos" e sócia da B9 Company.
Há cerca de um ano, a Universidade de Rutgers, instituição norte-americana, divulgou os resultados de uma pesquisa realizada com americanos de 18 a 23 anos: eles estavam fazendo 14% menos sexo casual. Já sobre relacionamentos abertos e a monogamia colocada em xeque, no Brasil as pesquisas sobre "o que é um relacionamento aberto" aumentaram 70% conforme um site de buscas na internet.
Para Elisama Santos, a revisão de conceitos sobre o como funcionam ou deveriam funcionar os relacionamentos vêm sendo revistos de forma geral. "Ficar anos casada não quer dizer ficar anos juntos", pontuou. "São coisas muito diferentes, o tempo de relação já não simboliza um atestado de sucesso", explicou a psicanalista.
Expectativas equivocadas
Já Cris Bartis lembrou que, mesmo os combinados não monogâmicos demandam acordos. A partir de um questionamento de uma mulher casada que se aventurava em relações extraconjugais, Cris ponderou que mesmo quando a ideia é ter um casamento aberto, é preciso estabelecer acordos. "Poliamor é diferente de bagunça. E essa percepção é, aliás, algo que essas pessoas detestam", afirmou a fundadora do Mamilos.
Ao falar sobre responsabilidade afetiva - outra questão da moda no campo das relações - Elisama disse que alguns termos são usados equivocadamente associados sempre ao amor.
'Precisamos pensar nos compromissos que temos com o outro, com os seres humanos. É educado se marquei com você, desmarcar se não for. É uma responsabilidade afetiva", ilustrou.
"Há responsabilidade em cumprir os acordos e de avisar se o acordo não faz mais sentido para mim. Mas não podemos carregar a responsabilidade de fazer o outro feliz".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.