Um ano após caso Weinstein, o balanço e os desafios do movimento #MeToo
Há um ano, um famoso produtor de Hollywood foi acusado de assédio sexual por várias atrizes. O escândalo provocado pelo caso Weinstein deu origem ao movimento #MeToo. Uma hashtag lançada inicialmente por ativistas feministas, que foi em seguida assumida por milhões de mulheres em redes sociais em todo o mundo.
O movimento provoca até hoje uma liberação da fala feminina e cria uma tempestade para os "homens de poder". Um ano depois, muitas cabeças sexistas caíram, mas a resistência ainda é forte aos temas defendidos pelas mulheres.
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Um ano após as primeiras revelações que fizeram Harvey Weinstein aparecer nas páginas do New York Times, em 5 de outubro de 2017, e depois nas do New Yorker, o julgamento do produtor deverá começar em novembro de 2018. Weinstein é atualmente acusado de violência sexual e assédio por uma centena de mulheres, atrizes em sua grande parte.
Em maio passado, ele foi acusado em Nova York de agressão sexual e estupro. Ele se declarou inocente e atualmente está livre, depois de pagar uma fiança de US$ 1 milhão. Seu julgamento seguirá outro que também ocorreu na esteira do movimento #MeToo: o do "pai ideal da América". Em setembro, o ator Bill Cosby foi condenado a um mínimo de três anos de prisão por agressão sexual. Mais de sessenta mulheres acusaram a antiga estrela da televisão norte-americana.
A queda de Kevin Spacey
Ao longo do ano de 2018, inúmeras celebridades tiveram a reputação destruída pelo movimento #MeToo por causa de seus atos e foram forçadas a renunciar, sem sequer ir a tribunal, depois de serem acusadas de agressão sexual. Seria quase impossível fazer uma lista exaustiva desses casos, dado seu número, mas um dos mais emblemáticos é, com certeza, o do ator Kevin Spacey.
Kevin Spacey foi um dos primeiros a cair na sequência do caso Weinstein. No final de outubro de 2017, o ator foi acusado de agredir sexualmente um jovem, em 1992. Os fatos são prescritos, mas outras queixas são acrescentadas, algumas delas na época dos fatos alegados. O ator ensaiou uma desculpa desajeitada no Twitter, alegando ter agido sob a influência de álcool, e foi defenestrado.
Alguns dias após a primeira investida, a Netflix anunciou que demitiu Kevin Spacey da mítica série House of Cards. Ele desapareceu da 6ª temporada. O diretor Ridley Scott então decide tirá-lo de seu último filme. Suas cenas já filmadas foram regravadas por outro ator. A última sanção finalmente veio do público: o último filme de Kevin Spacey foi um desastre nas bilheterias norte-americanas.
O teste do caso Kavanaugh
Alguns acreditam que a revolução feminista vai ?longe demais?. Nos Estados Unidos, o último ataque veio do próprio presidente norte-americano. Donald Trump atacou o movimento #MeToo diretamente para defender Brett Kavanaugh, seu candidato à Suprema Corte, acusado de agressão sexual por três mulheres.
Donald Trump disse esta semana que o movimento #MeToo cria "uma situação muito perigosa nos Estados Unidos. Uma situação em que pessoas inocentes são consideradas culpadas. "Este é um momento muito assustador para os jovens na América", disse Donald Trump, alegando ser regularmente vítima de acusações infundadas deste tipo. Para muitos nos Estados Unidos, o caso do juiz Kavanaugh é, portanto, um teste real para o movimento #MeToo, um ano após sua explosão.
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